Agora nem nómada, nem emigrante.


quarta-feira, março 27, 2013

No escuro da caminhada






Foi mais uma caminhada, homem de barba
Foi apenas um passo atrás do outro
A música entoava nos ouvidos
E eu recuperava as pausas

Dentro das pequenas leituras
Recuperava a comichão antiga
Numa sombria solidão
Prostrando as palmas pelo chão

Pedindo quadras de gatas
Lê-me, lê-me o escuro
O lado sombrio que me embarga a voz
Lê-me, por favor, lê-me

Preciso de um momento terno
Uma coisa qualquer
Que me devolva a mulher
Que outrora viveu dentro de mim

Entra pela porta escancarada
Não tenho mais nada
Escondido atrás da chaminé
Nem fumo aqui ao pé

Anda, vem, dá-me essa mão calejada
Quero-te entre as minhas pernas
Coisa com roupa, assim de cansada
Quero o abraço prometido
E a dança que eu sonhava

Eli

domingo, março 24, 2013

Atrás






Diz-me por que não esperaste por mim
Diz-me, por favor, preciso de uma razão
Preciso que me leves água ao coração

Diz-me com a tua voz tão ansiada
Com a ternura imaginada
Que me encontraste

Passaram-se tantos meses
Entre sonhos e teclas
Tu sabes...

Saberias, se me lesses
Mas, entretanto
Neste desaparecimento
Talvez morresses,
Pensei.

Não contive o choro... há um ano atrás
Entretanto, imaginei-te capaz
De discar o meu número
E me amar

Pedi muito?!

Como posso pedir menos
Se nesta história
Estávamos os dois prontos

(para amar)

Sim, mas quis o destino separar
Aquilo que a música uniu.

Eli


quinta-feira, março 14, 2013

Meio da vida


Sinto-me a meio da minha vida. Não sei explicar porquê, mas parece que sei isto de mim, como sei de outras coisas. Nem sequer quereria explicar isto, porque há muitas coisas importantes sem explicação na nossa vida. Todos os anos, por este dia tenho feito um post diferente em que revelo algo de mim, algo mais... desta vez saiu-me isto. O tempo que já vivi é proporcionalmente igual àquele que ainda irei viver e, se for com qualidade, seja assim que já será bastante bom para o que eu tenho visto à minha volta. Viver e morrer faz parte. São coisas tão naturais que são inerentes à nossa existência e esta não caberia se não houvesse este intervalo "contado".

Eli

:)

sexta-feira, março 08, 2013

Entre o Sono e o Sonho IV





No próximo dia 16 de março (pelas 15:00 horas, no Casino Estoril), será feita a apresentação do livro "Entre o Sono e o Sonho" - Volume IV - da Chiado Editora (em dois Tomos), no qual participo com o poema "Pulsar".

Esta coletânea foi organizada pelo Gonçalo Martins e conta com a colaboração de cerca de 1000 autores. Lamento muito, mas não poderei comparecer.
 Quem gostar de poesia e deste tipo de evento, vá! Se eu pudesse, também iria!!!
 

Eli


quarta-feira, março 06, 2013

Dilema




Calo a novela e penso no momento em que te vou ver. Inalo música pelos ouvidos com uma necessidade bruta de escrever. Preciso que as poesias me fluam em prosa para que faça valer nos meus objetivos. Há dias, senti-me numa encruzilhada. Tive que escolher entre os meus amigos e eu. O pior, aqui, é que penso que eles não me escolheriam a mim. Aqueles amigos que são como se fossem família, que são mesmo uns primos ou mais do que isso acabam por se render à distância e deixar-me sempre permanecer no longe que onde me encontrei. Preferia não ter que o fazer tantas vezes, mas é mesmo assim. Tal e qual, eu, a nómada, viajante... sei lá. Lê-me. Leiam-me. É pedir muito?! Já não peço que me amem, porque sei que o fazem. Só que não é nem nunca irá ser de uma forma incondicional. Algum dia darão o verdadeiro valor ao facto de eu ser uma mulher em todo o meu explendor?! Não, não quero respostas, tampouco as procuro. Mas, por vezes, gostava que me vissem por dentro das veias, me vissem mesmo sem serem aqueles que observamm de longe com medo de tocar. Preciso-vos. Anseio-vos. Não se afastem mais. Eu prometo que fico. Vou ficar. Sério. Optei por vós. Quero sempre ter-vos.

Eli