Agora nem nómada, nem emigrante.


sexta-feira, junho 01, 2012

Quando o trabalho e eu nos misturamos...


Este dia é muito especial para as Crianças e, se há aquelas que merecem comemorá-lo, há outras que nem tanto assim. Sim sim, pareço insensível?! Mas falo com conhecimento empírico. No entanto, nós estamos sempre lá para elas. É uma coisa estranha. Cansam-me, levam-me a paciência ao rubro e a lados nunca dantes sonhados por mim, mas, encontro novos limites dessa paciência. Parece que o copo enche, enche, transborda, mas cabe mais e mais... Porém, se há esses que me "massacram" para sentir se há outro limite para além do último, há outros que dá vontade de conhecer, estar, de até "levar para casa" como lhes digo por vezes na brincadeira. Na verdade é por estes que vale sempre sempre a pena e foi por eles que organizei uma peça de Teatro, que apresentámos hoje. Parece que foi um sucesso, mas tudo se deveu a todos e estou contente, porque não há nada melhor (profissionalmente) do que sentirmo-nos recompensados pelo nosso trabalho. Ontem e hoje estive em modo de paciência permanente, porque eles estavam tão felizes, que os seus maus comportamentos eram justificados pela excitação. Todavia, descubro uma geração de muitos meninos demasiado egoístas. Por mais que lute contra isso, eles não têm muita sensibilidade perante os colegas, estando constantemente a tentar sobrepor-se ao outro a todo o custo. Isto preocupa-me, pois é um exagero. Enfim. Depois, há aquele lado: estão sempre prontos a ajudar-me e, apesar de tudo o que fazem ou não fazem, da falta de concentração, do barulho, de correr nos corredores, das queixinhas constantes, estão sempre "lá para mim". Este é o maior trunfo desta turma, que é tão mista, tão heterogénea... que é tão minha... e que tenho mesmo pena de deixar. Passo pelo menos cinco horas com eles por dia... por isso, muitas vezes se enganam e me chamam "mãe", "tia" e outras coisas e, disso, rio-me. Gostava de ficar para o ano letivo que vem, mas já sei que vou para uma lista, onde só contam números. É isso que sou: um número. Nada mau, se fosse para todos igual...

Isto tudo para dizer que hoje apresentámos uma Peça de Teatro, na qual também participei... e que nos soube mesmo bem. Penso que lhes criei um momento inesquecível. Foram quatro sessões para onze turmas distribuídas. Nada mau. Gostei mesmo e creio que este dia da Criança se tornou realmente especial. (Eles são do terceiro e quartos anos, dos 8 aos 12 anos).

Eli

:)

4 comentários:

mfc disse...

mas este é um dia também para nós adultos...
Pelo menos para aqueles que nunca deixaram morrer a criança que continuam a conservar dentro deles!
Beijos... mimados de criança, Eli!

Isa Ribeiro disse...

são o melhor do mundo
:)

Eli disse...

mfc

Todos os anos tenho dedicado este dia àqueles pequenos com quem trabalho e a quem me dedico, nunca me esquecendo do valor associado ao futuro que eles possuem.

Eli disse...

Ciara

Alguns são, outros... dá-me vontade que sejam. lol