Agora nem nómada, nem emigrante.


sábado, setembro 29, 2012

Tive


Era uma vez... uma casa...
 
Hoje, ia a caminhar na rua... como tenho feito nos últimos tempos, na vinda de um trabalho curto, mas uma rotina preciosa... e naquela estrada longa, vi um menino dos seus dez anos e uma menina dos seus sete anos. Ele levava-a pela mão. Ele, cabelo escuro, curto o suficiente para ser corte de rapaz. Vi que se olhavam nos olhos de vez enquando, enquanto iam dizendo algo. Ele mais alto, quase se baixava e ela esticava-se. Ela, cabelos loiros, quase a tropeçar, pois tinham que andar depressa. Os primeiros pingos tinham caído. Estava a começar a chover. Mochilas às costas como eu. Como eu gosto. Outono nas árvores. De tão apressados, ela tropeçou nos seus passos e ele segurou-lhe a mão com firmeza. Joelhos rasparam levemente no chão. Vi que ele lhe perguntava como ela estava, pelos gestos. Até que ela lhe deu a mochila e correu à frente dele... Parece-me que ele ficou uns quatro passos atrás, a correr (também) com orgulho da sua irmã.

Eli








sexta-feira, setembro 21, 2012

terça-feira, setembro 18, 2012

Piano's


Não vês que estou só?! Não me vês, porque eu já sou antiga. Sou como a eterna estátua da fertilidade, sabias?! Sim, podes sorrir, porque ultimamente alimento-me de vozes alheias e dos meus sorrisos íntimos entre rede e tempo. Escolho o piano, se me permites. Será que cresce alguma coisa das sementes que lancei à terra?! Não me apetece regar. Quero antes ver quem tem uma gota de água que me sacie, que me traga o rio e me leve até ao Oceano.

Eli

:)



terça-feira, setembro 04, 2012

Chuva


Apetecia-me correr na chuva. Apetecia-me sair daqui agora e sentir a chuva no rosto, nos braços, nas pernas, nas pálpebras. Beber da chuva com os lábios quentes e frios. Atirar todos os guarda-chuvas, todas as proteções, todos os impedimentos e simplesmente ir eu, só eu mesma. Nem sei como é que depois de uma nuvem tão negra que me pairou, eu voltei a ser normal, a sentir-me bem. Os problemas continuam cá, mas a minha capacidade para os resolver voltou.
 
Eli
 
:)

segunda-feira, setembro 03, 2012

Setembro




Há momentos de estupidez autêntica em que me esqueço de ser orgulhosa e de que esse mecanismo é a melhor defesa que encontrei em todos os meus anos de vida. Há pessoas que acreditam em tudo, eu acredito em todas as pessoas. Eu sou aquela que dá sempre o mesmíssimo benefício da dúvida e deixo que as pessoas, as conversas, tudo me flua. Não sou impedimento de nada nem de ninguém. Graças a mim, não há barreiras à minha volta, portanto, posso bem ser quem eu quiser, mesmo que por vezes me veja a desfalecer, levando comigo toda a lógica. Sim, queria ser mais feliz, sim, queria aproveitar o meu tempo para as melhores conversas, mas quando as coisas que queremos não dependem apenas de nós, o melhor é fazer todo o esforço por aceitar, por mais que isso custe. Quando vi aquela lesma, vi o simbolismo das minhas rotinas profissionais. Ora, na minha vida, já passei por muitos lugares, levando quase literalmente a casa às costas. E, agora, o sistema retrocedeu tanto, que não é devagar devagarinho, é retroceder. Pelo menos tenho um Plano B, que apesar de não me fazer feliz ou realizada, é outra luta, maior, mais difícil, mas embora lá arregaçar as mangas.

Eli

domingo, setembro 02, 2012

Manhã difícil






Amanheci quase vazia, não fosse uma preocupação inerente ao estado físico que não consigo controlar. Adormeci tão tarde que parecia nem ter dormido. As coisas teimam-se em estragar. E eu não sei muito bem como proceder. Temo perder o controle do meu equilíbrio do qual me orgulho, quando as peças de avaria. E ia assim, no carro, com medo de uma eventual avaria que no fundo nunca pensei que fosse acontecer. Sou assim, treino-me para pensar pelo melhor, mas eu vivo no realismo, vivo. Nesse momento, com ambas mãos no volante, reparei que não sou uma mulher completa. Sentia-me meia mulher, ou mulher às partes... necessitava urgentemente de desanuviar de uma onda de negativismo e voltar a mim.

Eli

sábado, setembro 01, 2012

Today


E eu insisto, como se ainda houvesse um lado positivo em tudo isto. Estou a arrastar um dos dias mais longos do ano. Eu podia perguntar onde estão os amigos, mas eles também iriam perguntar onde estou eu. Bem vistas as coisas, a minha vida é como a de um caranguejo, que ora retrocede, ora dá passos para o lado. Eu sei que é melhor que ficar parada, blá, blá, blá. Desta vez, enganei o destino e não esperei pela lista. Resta saber se sobreviverei com o pouco. Penso que sim. A minha sorte irá mudar... ou não, claro. Porra!
 
Eli