Agora nem nómada, nem emigrante.


sexta-feira, março 31, 2006

Ergue-te

E... no tombar dos sinos
Badaladas serei
E... ao chegar o fim,
Silêncios romperei

Não me fui embora,
Ainda.
Não me deixaste

Numa das pressões do fantasmagórico cenário
Fingi-me bela... alma poderosa

No chão te prostraste
Abusando do abecedário

Para que a poesia moribunda e manhosa
Me obrigasse a ver cor

Andando em círculos...
À volta de
"não"
Apenas esse tambor
Tocaria vezes sem fim
Para eu acreditar na recusa do Amor
O que um anjo deleita
Sofre, mas rejeita.

Sabes da tua alma feminina... de amigo...
Sei eu, mas não conto, nem a ti
Pois, esse caminho que faço contigo
Escolheste caminhar sozinho

Quando as lágrimas o forem
...essas que não vês, sente-las.
Quando me deixares cartas embalsamadas...
Saberás, no sentir, que a entrega pode ser maior
Mesmo não engendrada nome do Amor.


Eli

:)

terça-feira, março 28, 2006

O Vulcão



Era uma vez um Vulcão. Um dia entrou em erupção, explodiu força e fogo, cuspiu rochas negras e frias, quentes e fortes e foi feliz assim. Um dia, deixou-se ficar, ficar, ficar e, quando deu conta, já estava a dormir. As ervas, daninhas e felizes, cresciam à sua volta, dentro de si e... a pouco e pouco foi-se transformando numa montanha de pedras e de vegetação verde viçosa e... pedras. Ora, o Vulcão, mesmo adormecido, achou que aquilo não era vida, mas não tinha força para rebentar again. Estava demasiado frio... Ele morava numa ilha. A Terceira a contar do Sol. Passaram-se muitos anos, até que um dia resolveu que aquilo não poderia continuar assim. Só ficava e pensava. Só estava em paz e nada fazia... Não sabia como rebentar... Pensou, pensou, pensou até que começou a deitar fumo. Deu-lhe uma enorme vontade de sorrir e a alegria fê-lo acreditar que voltaria a ter a força de verdadeiro Vulcão. Ele inquietou-se, pois só deitava fumo durante semanas... Cheirava a enxofre à sua volta, mas... nada de magma... apenas rochas negras do passado. Foi-se deixando ficar, onde estava e achou que nunca conseguiria sair dali... perdeu o ânimo e ficou-se pelas reticências da beleza, das aparências de paisagem e todos se esqueceram da força que outrora fora. Apenas admiravam a sua aparência...

Eli

:)

sábado, março 25, 2006

PeixeS

Salvador Dali (again)

Quem for peixe, como eu, sabe o que é ser consumido e consumir-se até à espinha...
LOL
:) (:
Eli
:)
P.S. Mais logo escrevo o post! Eh eh!!!

quarta-feira, março 22, 2006

...Deslizo

...Profundamente, deslizo

Entro em transes absurdos

E sussurro um sorriso

Viajo como palavras em filmes

E gosto do cinema em série

Voo um pouco, flutuo

Vejo-me em câmaras escondidas

Em corações enclausurados

Em cobiças escondidas

Intuitos calados

Por mordaças invisíveis,

Transparecendo o que não foi

O que não fui, o que não foste,

O que sou e não

Deixei de ser

...

Volto-me, afável e viro cada página ateando fogos

Com uma sede de viver absoluta de águas frias

E os verdadeiros homens não são iguais

Apenas os sintomas são análogos

De mortes e magias

Demais...

...

Deixei de ser

O que não sou e não

O que não fui, o que não foste,

Transparecendo o que não foi

Por mordaças invisíveis,

Intuitos calados

Em cobiças escondidas

Vejo-me em câmaras escondidas

Em corações enclausurados

Voo um pouco, flutuo

E gosto do cinema em série

Viajo como palavras em filmes

E sussurro um sorriso

Entro em transes absurdos

Profundamente, deslizo...

Eli

:)

segunda-feira, março 20, 2006

Criador

Ora, nem sei falar sobre quem cria, sobre quem proteje, sobre quem exercita, sobre quem elege... mas sei falar de mim. Não criei ninguém. As minhas ideias são de outros que não foram escritas deste modo e ser original era inventar palavras com as letras que alguém inventou através de alguém que já tenha criado material para isso... afinal, nós somos todos um, não devemos isso, mas... e, com o mínimo de inteligência, damos conta que algo novo feito por nós, precisa de outrem, pois, por mais individualista que eu seja, nunca faço mesmo nada sozinha... é impossível, pois utilizo tecnologia que outro inventou, uso palavras que aprendi...
O Criador. Não o defino. Mas, penso em quem cria outro alguém dando de si a essa pessoa... Os criadores definem o nosso futuro... somos criaturas criadas...
Afinal eu sou apenas mais uma a tentar incutir ideias em crianças, que nem sempre reconhecem valores, que não se dão conta de se existirem como seres portadores de ideias próprias... afinal a personalidade de cada um é um conjunto de vivências que se associam a uma herança genética...
E Ele pega no seu filho, cria-o para que prossiga sozinho, mesmo que caiam lágrimas...

Eli

:)

quinta-feira, março 16, 2006

Distância profunda (again)






Copiar sentimentos em câmaras escuras
É coisa que desconheço de ti
Saberes o que pensas e o escreves
É um mal de muitas curas

Rebentar com o óbvio ocupacional
De tréguas quotidianas escolhidas
É ser e não ser ao mesmo tempo
A forma de viver este tão imenso mal

Danças de roda que não existem
E romances nunca mais escolhidos
Capacidade de viver assim
Ao som dos teus e dos nossos ouvidos

Capacidade de se divertir com tão pouco
Conseguir rir e fazer rir
Numa tristeza nunca mais imaginada
És aquilo que conseguir

Em palavras descansadas da solidão
Soletras nomes e a saudade
De alguém que nunca se teve no coração
Mas que rasgou a amizade...


Porque sim. Apeteceu-me. Existem tantas sensações que voltam... palavras que possuem tempos e... as pessoas mudam, mas as almas são tão...

Eli

:)

P.S. Editado a 2005.05.29 neste blog.

Porque sim.


Apeteceu-me.
:)


Eli

:)

terça-feira, março 14, 2006

CARPE DIEM



Eli

Até parece te te importa
Ó tu que me lês diariamente
Que me consegues conter nas veias
E decifrar os centímetros da minha alma

Sou feita de uma espírito sem continuação
Apenas início e fim,
Com sua existência própria e determinação
Daquilo que sou... rasgos de mim.

Que mais importa?!
Ao "Eu"... mortalhas acendidas na vitória?!
Não, isso não.
Basto "Eu" que me deleito na memória

Aprisionada num corpo
Quarto de século
Peixes de natureza incessante
Neste contínuo rebolar... neste espaço

Onde palavras brilham em olhos de fé
Onde sou nuvem em tempestade
Nunca me senti bebé
Nem bebi das águas da saudade

Mas, hoje, rendo-me à evidência ambígua
Plena de beijos profundos
Onde me abraçam almas vindouras
E... benvindos aos meus mundos

Escrevo para vós que me comentam
Que me registam uns olhares no livro
Que deixei aberto
E assim permanecerá, por certo.

Hoje é noite de festejar o meu sorriso
É padecer de palavras próprias
É revelar de mim o que for preciso
E... sentir cada segundo.

CARPE DIEM

Nesta vida e em todas as outras...



Eli...

:)

Post Scriptum: Mesmo correndo o risco de perder visitas, resolvi publicar uma foto do meu aspecto parcial físico... Há coisas que só mesmo no dia do aniversário... (lol)

:)

domingo, março 12, 2006

Rain


Os meus passos eram breves. Caminhava nessas calçadas incertas das ruas já tão calcadas, escuras, talvez perigosas... mas eu, prosseguia. Sentia no meu corpo a energia da alma e esvoaçava através da mente, para um lugar, onde as minhas garras não conseguiriam chegar. O mar à volta não era visível, mas a humidade transborda a cada respirar. Debaixo do guarda-chuva, um homem olhou-me, sorrateiramente, mas não era ele que eu queria ver. Caminhou à minha frente e eu ignorei-o. Eu. Aparentemente só, quis que a chuva me enterrasse na sua existência. Cada som de cada gota, substituía o som do mar que não ouço. Cada narina inalava os cheiros de uma cidade velha e minha. Sempre. Até que, um dia, acabe. De soslaio, roupas velhas dão vida aos hábitos de sentir e, com pesar, retorno às palavras fugidias... entregando-me em braços aos que me vêm visitar... este espaço tornou-se parte de mim e a decadência não há-de culminar. Os olhos de quem me vê como sou, farão sempre parte do meu olhar... Gosto do desconhecido, do mistério, mas "a minha inteligência dá cabo de mim". São sonhos. Nunca pesadelos, mas... não posso ignorar a sua natureza. Dou à lógica de beber e ela sacia-se no alimento da razão, porque a minha alma sente-se completa, só, e banha-se na ausência.
Eli
:)

quinta-feira, março 09, 2006

Eu

(...)


Na jangada deixei-me ir... largada. Em cada pedaço de mim, senti os remos que me fariam lutar, mas nada... nadei?!
Os sons da minha escrita rimavam como poesias cerebrais, como a inspiração que já não tenho, mas terei.
Até as palavras me faltam e essa escassez me faz nutrir um sentimento de profundo desejar de solidão, que sempre gostei.
Simplesmente ficar... assim.
Fechar os olhos. Não sinto ansiedade, não me sinto elevar, mas senti este dia simpático que o meu interior aceitou. De volta, o mesmo Eu. Aquela mulher, menina, humana... sou Eu outra vez que escrevo aqui. De resto, não há lágrimas, não há êxtase, não há sonho, nem flutuar com a espectativa.
São coros de vozes que me trazem a vontade de voltar a ser Eu, saindo um pouco da Eli...
Sei que "posso sempre recomeçar" e que me identificarei sempre com estas emoções que me fazem vibrar.
Hoje, alguém que está longe de todas estas palavras deste espaço, enviou-me um postal que dizia(diz):
"Nunca nos desesperaremos em busca de Amor ou de Compreensão se tivermos um Amigo."
E, nestas palavras, vi e revi-me como o Eu que reconheço lá fora deste espaço. Acertou naquilo que mais sou. Minha personalidade exposta e eu sorrio, porque sou naturalmente assim.
Eli


:)

(Na imagem não sou eu.)

segunda-feira, março 06, 2006

Chama

Salvador Dali
Chamas por mim... clamas a chama... chamas...
Manter viva a chama da esperança... numas velas que acendo nessas ruas que percorro com pés descalços, calçados, agudos, imaginários, meus, fortes, calejados... mostrei-me em cima de castiçais, quando não queria que me vissem arder. Senti que tudo tinha passado, mas não consegui esquecer. Estás ainda em mim. Adormecido, mas não esquecido. Gostaria que, por uma vez, a luta não fosse só minha... esperar que lutes por mim é uma saída tenebrosa, mas não temo. Aos olhos do impossível, o acreditar acendeu fogos de solidão... no teu olhar, não sei que desejar senão... perco-me em sinfonias de palavras embaladas... embalas-me, tu sabes... eu gosto e inspiro-me... nascem folhas, onde havia fogo... não perdi, transformei... não sei em quê, mas... há tanto que nunca soube e não foi por isso que não me deleitei... versos gemi, gritei... e tu sentiste, tu ouviste... e, em cada poema haverá sempre uma verdade escondida, entreoalhada, capacitada, sonhada... e devolvo ao chão as minhas pegadas. Sinto-me na Terra. Se flutuo... isso só se não for sozinha... Passo a passo, em cada pedra fui andando... mas há passagens que não passo sozinha... marco o meu trilho no horizonte escuredido, mas nunca apagado. Sou eu. Sim, com toda a força, com a luta que não reconheci em ti, em mim... somos nós naquele caminho que a chama anunciou. Sei que não o vivi sozinha... e sabe tão bem sentir... simplesmente as lágrimas que poderei derramar serão de romantismo e música e... lá em cima, o céu é azul. De onde estou, tudo parece tão.. sempre... denso... mas, lá em cima, o céu é sempre azul. Só não sei flutuar sozinha.
Eli
:)
Flutuas comigo?

sábado, março 04, 2006

Desisto?!

Salvador Dali



Passos e olhos.
Podemos mudar, mas podemos desistir?
Escrevo sempre à noite...
Numa luz
Ténue, que não me guia,
Apenas seduz...
Horror!... Eu... a escrever de dia!
Mordo com bicadas a minha imaginação...
Idealizo um chão frio que me possa arrefecer o coração.
Ando assim...
Será que desisto
Será que insisto?
Que queres afinal?

Envolveste-me numa teia fatal...
Quero-te saciar os desejos incólumes
Sugar-te a parte mais à deriva da alma
Transmitir-te a minha tempestade calma
Alada de rastejantes
Suprimida pela dor
Perder-me em abismos
Como o do ....


Eli

:)

Já viste onde assentam as pedras com as quais edificaste o chão?

Desistir? Eu não.


sexta-feira, março 03, 2006

Assim...

Esculpi alguns versos
Na minha alma redonda, capaz
Que, como eu, sorri tantas vezes
Umas, meu corpo não permite
Outras, a ausência de beleza não traz...
Inspiro-me nesta Eli...

Deito-me sobre as guitarras que me tocam nas mãos da alma... Deixo-me ir, fugitiva nas asas de pássaros negros que me sussuram à janela... eu vou... viajo nesse Oceano nocturno. Flutuo... Escura é a minha tentação. O preto é um lugar que me convidou a ficar. A morte já venceu tantos corpos, mas, que é feito das almas? Estará o meu espírito apreendido neste corpo? Deixei-me levar pelas tentações carnais de uma vida sedutora passada?! Não sei... Penso e sorrio. Penso em tudo. Não há tabus para os meus horizontes. Não cabe em mim, a minha própria inteligência. Então, dou-me. Mesmo que iradie luz, masmo que o meu sorriso ilumine faces, provoque angústias, mesmo que... numa noite de tunas, o cheiro ao negro das capas me assalte o coração desse sentimento que não ousei sentir - saudade- hmmm... Snifei-lhes as vozes e sonhei que me davas essa mão da alma. Sinto. Mas não sinto o sofrimento. Sinto a paz. Sinto que vales a pena cada palavra, cada pensamento, cada hora, mesmo que essas não tenham sido usadas comigo... Estou aqui, my dear. Então, as montanhas ficarão da cor dos teus olhos e o mar será como o teu sorriso... que brilha com o barco ao passar... ai, esse mar que já cantei tantas vezes e que já falou comigo, que já ousei desafiar... Passeei-me por matas que só tinha visto em filmes e em sonhos a dormir. Não existem pesadelos! E estavas lá também. Sempre que estiver eu, estarás comigo... Neste momento, apenas isto. Sentir... Assim...

Eli

:)

quarta-feira, março 01, 2006

Sofrimento



Caem lágrimas no silêncio
Gotas quentes que não sei decifrar
Vão uma a uma sem fogo que as possa apagar
Nesse abismo profundo onde te consegui encontrar

Ansiedade de quatro paredes
Fechadas em túmulos de solidão
Bebo de palavras
Mas também bebe o meu coração

Ninguém me mandou sonhar
Culpa minha
Pensar que posso sempre recomeçar

Merda de vida, de sentimento
De sensibilidade, de mim...
Abriste as portas do meu sofrimento
Mas tinha que ser assim...

Vi a luz, mas tinha MEDO de a desejar
Angústia que não consigo exorcisar...

Eli

:') (...)