Agora nem nómada, nem emigrante.


segunda-feira, agosto 28, 2006

Vou...

Vou. Cada passo que dei em falso, me fez cair, mas também me fez levantar. Cada amigo que me segurou nas mãos da alma desejando-a a sorrir, também me deixou cair, mas nunca deixou de estar lá... Percorri estradas muitas vezes duvidosas, mas na luta tive o sabor de me sentir recompensada por fazer o que me mandou o coração e este doido não se deixou render e... ainda bem! Hoje, posso dizer que ter vivido um dia de cada vez, não tentando dar um passo maior do que as pernas, nem marcar pegadas que não fossem apenas as minhas, fez com que não estivesse sozinha, apesar da solidão ser uma condição parte da minha personalidade! Os meus pés vão conduzir e os meus passos guiar... uma dança que me guiará, assim como ele, que me deu a mão.
Agradeço de coração a quem mora nele.
Eli
:)

P.S. Foto de Eli.

sexta-feira, agosto 25, 2006

As Nuvens


Regresso às gotas do passado

Que deixaram-me fios

Para constituir o tecido que sou agora

.

Os registos revelam um sentir

Envolto em chuva e em geada

.

Mas, consegui sempre sorrir

E, hoje, sinto-me desejada

Não há atalhos a surgir

Não me sinto atrapalhada

.

Há palavras que não se escrevem

São ouvidas no brilho, no cheiro...

Há nuvens simples e sombrias

Mas, vejo o céu por inteiro.

.

As sombras ditaram-me a cor das rochas

Onde caminho sem pousar os pés

Onde flutuo em nuvens minhas e...

Onde tens acessos ilimitados

Onde te ergues como meu ermo

Na fantasia de sapateados

E danças bem reais

Porque a música...

... já me inspirou!

.

Regressas ao meu estado de felicidade e completas-me na realização dos nossos sonhos.

.

Eli

:)

P.S. Foto de Eli.

sábado, agosto 19, 2006

... We?



Em cada palma a saudade

Em cada passo, poesia, sou.

Lembras-te do que trazia em cada mão?!

Naquele sonho que te decepcionou?!

.

Será o vermelho que não viste?

Será que não sabes a cor da paixão

Da qual fugiste...

.

Observas as cartas que não recebi,

Resgatas-me por segundos,

Para depois me deixares novamente...

Regressarás à intersecção dos nossos mundos?!

.

Vejo-te por aí

Onde o teu olhar

Não me pode alcançar...

.

Ou terás coragem de lutar todos os dias

Pela imagem do meu sorriso

Pelo som da minha voz

Por mim...

.

Existem muitas lágrimas por enxugar

E tu não sabias, mas eu ainda estou aqui...

Até quando não sei...

Entoarás o poema que nos fará dançar?!

.

Eli

:)

.

P.S. Foto de Eli, tirada hoje, aqui...

terça-feira, agosto 15, 2006

Vivo!



E parei mesmo ali.
As ondas de calor banhavam os rostos da lenha...
Foram trazidos poemas soltos em agulhas de consertar.
Às vezes os toques profundos não se vêem.
...Ou o mesmo carro só passe uma vez.

No escrito do quarto, só o amor é o talvez.
Os pingos de tinta são as gotas de suor das paredes.
Encontrou-se frente a uma árvore.
Quis lutar com ela.
Bocejou.

Acredito que existem sempre dias melhores. O outro dia será sempre melhor no nosso pensamento e a segurança do que foi não será mais desejada!

Vivo-o...

Sou muito mais do que isto. Sou o Teatro que assisti, no Sábado. Sou o cinema que vi esta noite. Sou o completar de tantos à minha volta, que se identificam com o pouco que tenho. Sou alguém que anseia a verdade nua e crua ao invés de qualquer falta de palavras. Eu gosto das palavras, gosto que as usem. Apaixono-me com elas, através delas... Gosto de ser, existir, viver, sorrir...

Eli

:)

P.S. Foto de Eli.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Quebras


Ensurdecedora a música que faz com que não ouça mais nada. Apenas me embala esta música que me envolve, não há mais nada, não me possui, apenas está em mim. O tempo deixou-se ficar, cambaleando até ao meu regresso. Não vivo, não sobrevivo, apenas olho com os olhos dos que me baixam o volume... mas, de que vale ouvir mais algum som?! Eu só quero a música. Um dia, um homem especial, ofereceu-me uma ampulheta, o meu objecto preferido, já que tinha aprendido a esperar por ele. Ele ensinou-me com a sua alma meiga e gentil... mas, de que valeram todos os sinais?! Passou o tempo e passou ele, ficando como uma óptima recordação e o objecto contou o tempo do que viria a seguir. Os sinais mostraram-me apenas o caminho da aprendizagem. De que vale sonhar com momentos certos, se eles não existem?! Como areia escura antecipada, o rumo me foge por entre as mãos... como uma tela abandonada pelo pintor que a deixou a meio, pois correu em busca de equilíbrio... e a Psicologia não traz mais nada que o Carpe Diem de tantos momentos em que sorri, dancei... para quê escrever a alguém que não responde?! Ora... porque eu vivo cada momento e foi assim que os vivi até que descobri que tinham acabado e não tinha a retoma das palavras... e... deslizarei mais?! Flutuarei mais daquela forma escorregadia entre lençóis?! Ah! Como cada pensamento me leva a mais e não a menos do que já tinha. Não conquistarei, não serei conquistada. Acontecerá um belo amanhã envolto em pétalas sedentas de toques quentes e profundos... e embalo-me numa música alta que me inspirará outras danças...
Eli
:)

terça-feira, agosto 08, 2006

Retorno ao lugar

Quando nos vemos rodeados de gente, temos tendência para nos "perdermos" e nos distrairmos das faces. Há um espaço dentro de cada um que é só seu. Não vale a pena arrastá-lo para as tentativas de não solidão. Esse lugar só quer o escuro, mas o negro não é apenas um escape, mas um refúgio que já vai longo de tanto se imperar...
Uma vez disse "mais valia nunca deixar de estar sozinha". Estava em tamanho sofrimento, que parecia que não tinha o meu lugar, onde estar apenas eu!
Quando é que deixei de me identificar comigo mesma e passei a projectar-me para o outro?! Gostei assim tanto dele, que parecia ter perdido o chão, quando ele se retirou?!
Será que as cenas deste teatro serão sempre o mais difícil de representar?!
Estaria apenas à espera que ele representasse o seu papel?!
Esperar...
Um homem que chega de olhos fechados e se deixa embalar por mim, que se deixou comover, que se sentiu desejado... será que eu não vi o que ele viu e não entendi?!
Poderia ele ter optado por me escolher, apaixonando-se... e por me abandonar?!
Ora... eu fiz o meu papel e... mais uma vez retorno ao meu lugar sombrio para tantos, mas meu, onde ninguém entra.
Decidi que os sonhos no ar não constroem nada e não aprendi nada... quiçá...
Só quero estar EU.
E... só assim estou bem!
Incrível! Como é que queremos estar melhor e nos deixamos levar, abandonando a frieza que nos protege, para depois tentar encontrar apenas o caminho de antes, mas não finjo que nada aconteceu, por mais que consiga ignorar.
E... volto-me a mim, num sorriso tão enorme, que não cabe em mim a felicidade de me recuperar. E... continuo assim, Eu.
:)