Agora nem nómada, nem emigrante.


terça-feira, setembro 26, 2006

Inspiração


Roubei-te a inspiração. Negros foram os túneis que tiveste que percorrer sozinho para a encontrar. Egoísta, guardei-a para mim, para que me a viesses pedir encarecidamente, de joelhos, rastejando, para que com um sorriso, te desse a minha mão, não para te erguer,mas para te manter aí, aonde eu te podesse controlar. A fonte de palavras ficou para mim, mas, sendo minha e não tua, não a soube usar e nem a música me salvou. A inspiração estava guardada, esperando para ser usada, calculada e aumentada, mas eu pensava que, se a usasse em pleno, ela poderia tornar-se cordas de guitarra e afastar-me das letras. Então, olhei para ti e não te vi. As imagens de ti jã não eram doces como o pôr-do-Sol, eram apenas uma prisão do que eu quis e não vi e do que eu tive e nunca prometi. Mas, as cordas da guitarra servem para serem tocadas. Libertei o feitiço e feiticeira me tornei, quando assumi a minha postura menos imposta. Rasgaste algumas das cordas da guitarra, mas ela soará cada vez melhor com notas rasgadas, porque será como eu. Imperfeita.

Eli

:)(:

Foto de Eli. Escrito ao som de "My Immortal".

quinta-feira, setembro 21, 2006

A Espera


Um fechar de olhos penetrante. Um lugar, onde só toca a alma de quem ama. Um todo e um completar de beleza e de inspiração que baila a cada nome, pronome, verbo, adjectivo, suspiro, silêncio...
Shiu!... E as palavras flutuam sem voz na mente sentindo poderes sobrenaturais, flutuando sozinhas e com vida própria. Silêncio. Queda. E continuação. Mãos. O calor consome o frio. O cobertor envolve os segredos. Os poros abrem-se à exaltação dos sentidos.
Estro. Consagração. Concretização.
A espera não me leva à janela, nem me traz ansiedades desmedidas e incontroladas. A espera sabe-me a satisfação.

:)(:

Eli

P.S. Foto de Eli.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Estou em ti.



Perco-me tantas vezes na procura de respostas que não existem claras para mim, como eu gostaria de as dar. Volto-me tantas vezes para locais que não me dizem nada, apenas para continuar no silêncio em que me exijam palavras. Estou muitas vezes presente apenas na percentagem necessária, que conduz um carro, que reage a estímulos... porque o meu verdadeiro eu não está aqui...

Eli

P.S. Foto minha (das preferidas) digna de um post bem melhor... mas hoje é ela que fala por mim...

domingo, setembro 10, 2006

O Respirar


Deixa que o brilho
Mostre além do rio
Deixa que a capacidade
De te respirar
Me deixe revelar
Lágrimas de saudade

Digito letras que não te dizem
Nada sobre ansiedade
Nem sobre a forma de ... amar.

Não me basta ser inspiração
Não me basta permitir

Leio o que marcas no chão
E o que suspiras a sorrir...

Eli

:)(:

P.S. Foto de Eli.

Cogumelos


São perspectivas. São palavras. São sonhos. São cogumelos.
São árvores e paredes camufladas por cabelos esvoaçantes, como nomes de aves raras e significantes para corações atentos e cultos.
Sinto-te a aprender em mim e que te aprendo todos os dias, sentindo mais e mais...
Sinto-te a crescer em mim e os ramos das árvores florescem apenas com folhas verdes que se tornam castanhas ao nosso olhar e as cores são sons nos meus ouvidos pálidos e esquecidos de passado.

Eli

:)(:

P.S. Foto nossa!

quarta-feira, setembro 06, 2006

A Lua desta Noite


Entrelaçaram-se as folhas, enquanto as mãos assobiavam como pássaros. Não é da exactidão, nem das certezas que o cálice bebe, ou entorna... ele existe em cima da montanha.
No momento de exactidão, a água parou e bebeu do tempo e do momento. Milhares as aves que não fizeram observações de homens destemidos.
As histórias incapazes prevalecem, as palavras vindouras não aborrecem, porque sabem a beijos consentidos.
A cor não é definida...


Pé ante pé, reconheço-te nos ramos das árvores, em que escrevo apenas as linhas de uma história não escrita, apenas surgida, contada, consentida. Abraço o momento da Lua além dos nossos olhos.

Aquele astro envolto em nevoeiro. Noite cúmplice. Entrelaçam-se os ramos das árvores cinzentas pela noite... perde-se o castanho e o verde e o caule é um tronco de emoção.

Eli

:)(:

P.S. Foto de Eli.

domingo, setembro 03, 2006

Quando


Quando as pedras se encontram nos mistérios da água e falam com olhos de canção...
Quando cada rocha sussurra ao ouvido o ténue da cor absorvida nas gigantes sensações de paz...
Quando em vez do sim se ouve um não e este não entoa, pois só o outro faz sentido...
Quando uma corrente abraça a outra e se tornam rio de braços dados até no mar se tornar...
Quando os espelhos reflectem a música de palavras esquecidas de tempo e espaço...
Quando...

Eli

:) (:

P.S. Foto de Eli.