Vou partir, como se parte sempre que se vai de viagem seja para onde for. Relembrei a minha carta de Tarot que este ano me deixa numa dualidade como nunca me lembro que tivesse pesado tanto. Mesmo que pensasse "vou ou não" e até cogitasse sobre isso como se debruça um pescador olhando o mar sem adivinhar se vai dobrar o Cabo das Tormentas, se vai encontrar a Ilha dos Amores... Na verdade, há tantas incógnitas nestas permissas que não consigo concluir com a mesma força que gostaria. Na verdade, tenho medo... eu que nem sou muito disso, receio que a minha ida seja em vão. Mas, como sempre soube através do conhecimento empírico que a viagem é que nos faz, que no final o destino é apenas mais um objetivo, vou manter-me focada nesse espírito. Tenho amigos tão diferentes, nem todos me compreenderiam... alguns seriam solidários, outros travariam porque eu sonho ou imagino demais. Contudo, às vezes - sempre - temos que agir, porque na minha vida ficar à espera nunca deu resultado. Gostaria de não ter que passar por este processo doloroso, que sei que irá ser, mas é um final expetável que tenho que ultrapassar. A quantidade de histórias que contruí sozinha empilha-se em notas, livros, diários... Preciso de encerrar este capítulo e vou precisar de me ultrapassar a mim mesma.
Eli