Foi com o Senhor Cohen que iniciei esta volta, ou revolta, quiçá, ficaria melhor que dissesse e não escrevesse.
Numa dança sem par, única, preciso que as memórias do que tenho vivido sirvam para lembrar (também a mim) a superação, a capacidade, mesmo que tantas vezes ela tenha dado uma fuga intransponível do etc.
Como não fazer disto um diário?! Só mesmo ao ignorar que existe esta casa que tantas vezes me lembro e entro em comunicação.
Primeiramente não me era possível recorrer à mão esquerda para que as teclas se mostrassem úteis, mas, depois, exercícios de brincar trouxeram-me um pouco da motricidade fina outrora perdida há tão pouco tempo atrás.
Sem resumo, abstenho-me de resumir, tenho que registar em em algum lado - desta feita nesta casa única - aquilo que me lembro e já descrevi, umas vezes com mais força, outras com menor... ia balbuciando sem ter limitações na fala, embora a comunicação, numa primeira instância, me era difícil e, segundo me disseram, confusa.
Agora nem nómada, nem emigrante.
sábado, novembro 12, 2016
quinta-feira, setembro 08, 2016
Dia da Fisioterapia
Nestes meses há uma rotina que me faz acordar normalmente de manhã. Todos os dias (úteis) inicio o a manhã pelas 9:00 a.m. com uma sessão de fisioterapia que já me devolveu movimentos, força, equilíbrio, motricidade (fina), etc..
O que pretendo deixar aqui marcado é que nunca imaginei o valor que teriam aqueles desconhecidos que passaram a fazer parte da rotina.
A fisioterapia não se resume a exercícios físicos. Há um envolvimento de vidas que se cruzam, tanto das pessoas que trabalham ali, como dos utentes que se vão abrindo às conversas...
Quando, ontem, o médico disse que eu ia parar (temporariamente) a fisioterapia, fiquei desiludida, preocupada por perder aquele vaga no horário da fisioterapeuta. Ainda não estou preparada para começar outra vida, pois ainda não recomecei a anterior...
Espero que a interrupção seja mesmo só uma semana, pois só quero sair dali quando estiver boa.
Eli
O que pretendo deixar aqui marcado é que nunca imaginei o valor que teriam aqueles desconhecidos que passaram a fazer parte da rotina.
A fisioterapia não se resume a exercícios físicos. Há um envolvimento de vidas que se cruzam, tanto das pessoas que trabalham ali, como dos utentes que se vão abrindo às conversas...
Quando, ontem, o médico disse que eu ia parar (temporariamente) a fisioterapia, fiquei desiludida, preocupada por perder aquele vaga no horário da fisioterapeuta. Ainda não estou preparada para começar outra vida, pois ainda não recomecei a anterior...
Espero que a interrupção seja mesmo só uma semana, pois só quero sair dali quando estiver boa.
Eli
sábado, setembro 03, 2016
More Than This
Gosto quando as palavras ficam no pensamento.
- Só faço planos quando voltar a ser eu.
- "Se não queres fazer planos, faz curvos."
Não é toda a gente que tem a capacidade para responder assim. São estes pormenores e eu sou "uma miúda porreira" que por acaso não seguiu os (seis) passos normais, começando no congelamento. Realmente devo ser fora do comum. Como é que estou há tanto tempo à minha espera sem desesperar?!
- Só faço planos quando voltar a ser eu.
- "Se não queres fazer planos, faz curvos."
Não é toda a gente que tem a capacidade para responder assim. São estes pormenores e eu sou "uma miúda porreira" que por acaso não seguiu os (seis) passos normais, começando no congelamento. Realmente devo ser fora do comum. Como é que estou há tanto tempo à minha espera sem desesperar?!
sexta-feira, setembro 02, 2016
Memórias acidentais #1
Todos os dias me lembro de escrever os textos que assolam a minha mente, mas se primeiro era porque não sentia capacidade para teclar com a mão esquerda, agora era porque as palavras iam-se escrevendo e esvaindo mentalmente. Hoje estou novamente com tonturas, talvez a palavra mais correta seja vertigens, mas como ainda não sei, continuo tonta. É triste retroceder nos sintomas quando já me tinha sentido avançar, quando já estive melhor e ia todos os dias para a fisioterapia como se fosse uma rotina de anos e conseguisse tudo. As tonturas fazem-me abrandar, obrigam-me a parar...
Eli R.
Eli R.
domingo, maio 08, 2016
terça-feira, maio 03, 2016
Atenção
Mas por que razão teria que permanecer naquele caminho
branco sem palavras que o riscassem. Só queria que ele fosse riscado o mais
depressa para perceber se me deitaria nas barbas do gentil jovem. Há agora uma
data como já houve dantes e eu sempre soube que ela não significaria nada para
a distância que me detém. Só quero mudar mais uma vez, sem puxar o fio do
tempo, iria lá, já que ele não aqui. Coisas parcas, palavras dúbias, ideias
sóbrias e sonolentas. Mas que acordar escasso, que desporto fanático, que coisa
nenhuma me colocaste nas mãos de um ditongo parco. Sem entendimento, sem voz,
entendo a razão da fuga da música porque de racional não teria grande coisa.
Agora, sai um poema ajudado, uma coisa nenhuma nesta terra quente de onde não
saio.
Eli
domingo, abril 10, 2016
Ausência de Poemas
E depois há aqueles dias em que achamos que uma página na Internet, cheia de dúvidas e imperfeições possa inspirar alguém a escrever-nos... esses dias transformam-se em noites - uma única - e... continuamos na melodia dedicada enquanto o silêncio de esquece de nós. Diz-me que "Só a saudade faz as coisas pararem no tempo" e que os "poemas estúpidos" e eu respondo-lhe falando na pele. Nunca sei bem o que significam as minhas palavras atiradas, assim sem qualquer cuidado o delicadeza, mas fico sempre na esperança que provoquem para que me escrevam mais e mais e só para mim.
Eli
Eli
"Vou partir"
Ela adorava ler manhã. Levantava-se num ápice, sentava-se na
cama com as pernas cruzadas e debruçava-se gentilmente sobre o livro, como se
carregasse a cabeça de um homem no seu colo. Folheava as suas páginas como se
fossem cabelos já crescidos e amanhados pelo tempo.
- Há céus que me fazem despertar mais cedo do sono. Como se
não houvesse tempo para haver sonho e música. Apenas o desabrochar dos olhos
nas órbitas, uma chávena de um líquido qualquer na mesa-de-cabeceira, um
pensamento longínquo em ti, meu amor. Então, seguro o livro lentamente e levito
como se dos capítulos romanos me invadissem os dedos enquanto o cheio a páginas
me penetra as narinas…
- Pára.
Fez-se um silêncio avassalador, como se ele estivesse ali
mesmo ao lado e tivesse sentido tudo.
- Paro?! Mesmo?!
- Sim, vou desligar.
Então, não se ouviu mais o som em redor, das obras, dos
vizinhos, de um avião sonhado… Qualquer mudez se intimidaria perante a música
daquele silêncio.
Ela sentiu a flecha do corte e soube que o amor não bastaria
jamais.
Deixou que o livro lhe caísse das mãos.
Enviou a mensagem “Vou partir”.
Eli
terça-feira, março 22, 2016
Nunca mais escreveste...
Quando te chamam para um crepe a meio de uma noite já ida e tu não aceitas? Ninguém se perguntará das causas e das consequências de tal acto irreflectido. Enquanto o sonho matinal ainda te açambarca o cérebro - os vestígios dele - encontras aquela senhora loira com quem sonhaste, mas não tens tempo, nem capacidade para verbalizar um "sonhei contigo" ou um simples "estavas no meu sonho", isto porque se prevê a consequência de umas tantas questões que não seriam de todo retóricas. Então, num momento qualquer do lusco-fusco desse dia, desce a escritora pelas escadas balançantes e dança vertiginosamente, como se não houvesse mais vergonha amanhã. Por cinco minutos em que a soma das partes consistia na totalidade inequívoca, coloquei pouca história e zero de charme e não fui. Desta vez o corpo foi ausente. Lembro-me sempre dos brincos de uma pessoa que não espirrava pó de pão. Praticamente todos os momentos alimentícios saberíamos fazer uma selecção. Então, à varanda, sentei-me na verga e saboreei -por ela e por mim (também por nós, sim) - as batatas que têm pacote verde e sabor, por são livres. Sim, senti-me livre quando não fui. Cansei de coisas. Entretanto, descem em mim heranças secretas, pensamentos vagueiam entre o dever e o ocultar. Foram-se as cartas lidas, os anos de miúda. Num Março qualquer, há uma residência camuflada de pudim de chocolate. Parece que as pessoas fazem mesmo os lugares.
Eli
Eli
Despertar
Ah!... Que chão é este que piso sem sentir o Teatro?!
Que vozes são estas que me pertencem aos poucos?!
Eu quero um Oceano que me pertença
Não um que me afaste
Pelo antigo, me arrasta
Esta coisa que pertence ao poema
Preciso de mais campainhas que me despertem
Uma dança, por favor, só uma
Com cheiro, com sabor...
Eli
Que vozes são estas que me pertencem aos poucos?!
Eu quero um Oceano que me pertença
Não um que me afaste
Pelo antigo, me arrasta
Esta coisa que pertence ao poema
Preciso de mais campainhas que me despertem
Uma dança, por favor, só uma
Com cheiro, com sabor...
Eli
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