Agora nem nómada, nem emigrante.


segunda-feira, janeiro 31, 2011

Idade

Fotografia por Eli


Tempo.
Eu não contei a passagem das rugas, tu?

Apraz
Há um deleite em cada som, cada silêncio

Vai
Volta sempre, assim, constante.

Muito.
O amor, só o Amor não é demasiado

Quero
Não espero. Creio.

Ainda que as rugas façam muitos olhar de lado, já todos as sentiram no seu coração. A passagem de cada um... o baú com as experiências sentidas em cada gota de sangue investida... Ainda eu. Os sorrisos pequenos e grandes fazem-nos esquecer o preconceito. Idades à parte, somos só nós. Um por um. Não deixas de ser tu, eu sei. Eu soube logo.

Eli

:)

... Nem...

Fonte da imagem

Talvez nem valhas nada e eu estarei para aqui a encurtar as frases para que me pareçam agradavelmente imperfeitas. Atitude, preciso de ti, imediatamente. Ora, de que vale sonhar com guitarras se as palavras soam a um fingimento descarado?! Poderei eu continuar neste impasse se a dedicação tarda no meu corpo...?! Ela fica-se na ténue margem entre o creme e o perfume...

Eli

:)

sábado, janeiro 29, 2011

H #3

Imagem sem fonte


Era Segunda-feira. Eu estava já cansada de tantas noites à sua procura. Entrava naquele lugar cada vez menos estranho para mim, mas com todos os desconhecidos do costume e outros... Foi nessa noite que ele apareceu. Desta vez, menos misterioso, menos... menos... não sei. O que eu senti quando vislumbrei sua sombra consistia num misto de ansiedade e desejo. Vontade de cobrar-lhe as horas que passei ali sem ele. No entanto, apenas lhe referi que a grande pergunta que trazia para o nosso encontro marcado já não seria feita. Ele questionou várias vezes... queria saber qual era a minha curiosidade. Não lhe disse.

Entretanto, a noite voltou a ficou mais densa e deixei-o ali. Pensei que não valia a pena sonhar com alguém que oscila entre o mistério e as aparições pouco explícitas. Dei-lhe um papel mágico e pedi-lhe que, para não me fazer esperar mais, quando voltasse, escrevesse nesse papel e eu receberia as suas suas palavras. Surgiria, como por magia, ali mesmo, no sítio do costume. Ele achou tudo aquilo muito estranho, mas percebeu que eu não voltaria mais para aquele sofá vermelho para ficar simplesmente à sua espera. Mesmo assim, confirmou:

H - Mas tu vens só por minha causa.
Eu - Sim.

Assenti a verdade. Para quê escondê-lo?!

No dia seguinte, procurei algum tipo de resposta numa caminhada pela luz da lua, numa rua qualquer, não minha, nem de ninguém. Já não estava para me dar ao trabalho de esperar.

Foi então que ele me enviou o seu pensamento mágico, que recebi com entusiasmo.

Convidou-me para ir ver as estrelas. Estivémos lado a lado. Reparei que os seus olhos eram cor de mel. Embora, ainda usasse a máscara, já não me importava, já nem reparava. A sua presença bastava-me.

Eli

:)

quinta-feira, janeiro 27, 2011

"Não compreendo as mulheres"


Não é que ele precise de PUB ou de publicações a seu favor, mas eu tenho que divulgar este blogue. É um dos únicos que leio todinho de fio a pavio! Gosto da blogoesfera... e gosto principalmente da partilha que efectuamos.




respostas a perguntas inexistentes (119)

"Os abraços não são todos iguais. Há abraços equilibrados e desequilibrados. Nos abraços equilibrados ambas as pessoas se abraçam uma à outra, nos abraços desequilibrados há uma pessoa que abraça e outra que é abraçada. Todos esses abraços são um bem precioso, porque apesar de diferentes há uma coisa que os une: o impulso. Os abraços nunca nascem de um pensamento ou de um costume social, como por exemplo alguns beijos. Nascem de um impulso, de uma vontade. Gosto de abraços por isso e pelo calor que lhes é inerente.

Acho que divido todas as pessoas que já conheci no mundo por dois grandes grupos: o grupo das pessoas que já abracei e o grupo das pessoas que nunca abracei e, mais do que isso, acho que um Amor se torna impossível quando nele já não há abraços. E repito: mesmo que existam beijos.

O abraço é o ninho do Amor. É um agasalho quando nos sentimos despidos da vida e dos outros e, como tal, um bem inegociável. Nunca ninguém pagou para ter um abraço, ainda que possa, por exemplo, ter pagado para ter sexo. O sexo pode ser fingido, um abraço não. E repito: um abraço não.

Um aeroporto é um local de muitos abraços porque é também um local de reencontros. Acho que é por isso que gosto de aeroportos. Mas as estações de comboio e os terminais de autocarros também o são. Hoje fiz uma viagem de comboio em frente a uma mulher que se abraçava a si mesma. Quando o comboio chegou à estação de destino percebi que esse autoabraço não era mais do que a ânsia de um outro abraço: o do namorado dela para quem correu mal as portas abriram. Ficaram ali abraçados como dois náufragos à deriva num mar de gente só. Alguns olhavam-nos de soslaio, outros talvez com a nostalgia de abraços que nunca mais voltaram a sê-lo, mas eles não ligavam. É que um abraço também tem esse poder: o de isolar duas pessoas do resto mundo. "

Bagaco Amarelo

Boas leituras e sorrisos.

Eli

domingo, janeiro 23, 2011

Acrescenta-me um ponto!

Fonte da imagem


Esta rubrica surge da necessidade de renovação e intensificação do espírito de unidade e imaginação da blogosfera e pretende que cada um dos bloguistas seleccionados seja autor de um parágrafo de um texto realizado em conjunto por vinte bloguistas.

Assim, passaremos a enunciar as seguintes regras:



Regras da Rubrica "Acrescenta-me um ponto!":

1 - O texto, constituído por vinte parágrafos, terá início no blogue "O Sabor da Palavra" (http://osabordapalavra.blogspot.com), segundo o seu autor Gonçalo Cardoso.

2 - Cada bloguista terá direito a um parágrafo do texto com o máximo de cinco linhas.

3 - Após a realização do parágrafo respectivo, cada bloguista terá que seleccionar outro bloguista que cumpra a continuidade do texto, segundo as regras mencionadas.

4 - Cada bloguista terá o limite máximo de três dias para realização do parágrafo, estando sujeito a desclassificação da rubrica e seleccção de novo bloguista por parte do seu autor.

5 - Cada bloguista assinará o seu nome e respectivo blogue na lista dos participantes.

6 - O último participante ou autor do vigésimo parágrafo, finalizará o texto e partilhará com o autor do blogue "O Sabor da Palavra" para a sua divulgação no blogue inicial.

7 - Sejam criativos.



E tudo começa assim...

"Ao fundo ouvia-se o barulho dos pescadores na lota de Aveiro . Mais perto a maresia de Agosto percorria o nosso rosto e o teu sorriso revelava o reflexo da luz solar sobre o mar. A areia fina e molhada envolvia os nossos pés e, de frente um para o outro, estendias-me a mão salgada e preparavas-te para a mais doce revelação..."
Pensava, enquando o Sol de punha diante dos nossos olhos... Quão bela é profundidade de um sonho?! Tiveste medo. Não te revelaste. Mais uma vez, o tempo esvaía-se nas pegadas que se apagam. Tal sangue, tal sofrimento. Larguei-te a mão e prometi a mim mesma que nunca mais ficaria à espera. Chamaste por mim....





Lista de Participantes:

1 - Gonçalo Cardoso (O Sabor da Palavra)

2 - Eli (O Amor Acontece?) Dantes "Isso Agora... :)" ou "Eu Sou Nómada"!...

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Sugiro que a Ana (Construir Sorrindo) escreva o próximo parágrafo.
 
Eli
 
:)

sábado, janeiro 22, 2011

Tudo



Só porque sim.
...porque quero...

Tudo.


:)

Eli

quinta-feira, janeiro 20, 2011

H #2

Imagem de Eli


Continuação de H...

Nos dias seguintes, entre a azáfama do Natal e os preparativos para as festas pontuais marcadas, fui passando menos vezes pelo lugar que tocava aquela música. No entanto, quando me lembrava do tal sítio, depois de horas de trabalho a fio, lá ia eu, mas nunca mais o encontrei.

Procurava o H com o meu olhar atento, no último lugar onde o tinha vislumbrado de costas, naquela (última) vez. As nossas duas conversas foram-se esbatendo da minha memória e passou Dezembro. Porém, aquela voz terna nunca se esbateu. Desviei-me da realidade por vários momentos para relembrar e, quem sabe, se algum dia o iria reencontrar...

Logo no início do ano seguinte, ainda na primeira semana, fui ver o mar. Que saudades de uma temperatura amena! Parecia que era uma noite de Verão. Entretanto, ouvi a música ao longe e lembrei-me dele. Por que não flutuar entre o sonho e a areia? Pegadas ao caminho e, ainda descalça, entrei. Ele não estava, pareceu-me.

Deixei-me ficar e, desta vez,  um simpático cavalheiro que, ao ver-me chegar, dirigiu-me a palavra numa conversa circunstancial...

Entre um bocejo e uma tentativa de me isolar a um canto, encostei-me ao parapeito da janela. Sentia o ar fresco a bater-me no cabelo. Perfumava-me...

Ouvi um suspiro:

H - Boa Noite.

Eu - E...

O cavalheiro percebeu que o homem que estava à janela a falar ao meu ouvido, me tinha feito paralisar e eu tinha desligado do assunto, embora respondesse automaticamente. Voltei-me e vi-o.

Tinha uma máscara.

Pediu-me que saísse. Fui para a varanda, sentámo-nos a ver as luzes ao longe, a sentir o nevoeiro na face...

Voltámos nos dois dia seguinte e combinámos um outro encontro. Ele apareceu. Teve que ir fazer um recado (o trabalho, sempre o trabalho) e voltou ainda nessa mesma noite. Esperei. Valeu a pena.

Eu ia dormir sorridente.

Ele vinha sempre de máscara. Não abdicava de disfarces.

Eu andava tão motivada com as nossas conversas que fiquei ansiosa pela última data marcada.

Não apareceu.

Voltei no dia seguinte, não apareceu e no outro, não apareceu e no outro, não apareceu...

Eli

terça-feira, janeiro 18, 2011

Revelação



Não sou cor de rosa, nem pequenina.

Eli


domingo, janeiro 16, 2011

H






(Imagem sem fonte)




Numa perspectiva futurista, acrescentei mais umas palavras, pitadas de imagens e... e... um sentimento mútuo e profundo.


Todos os dias, caminhava pela praia, sentia a areia debater-se debaixo das minhas botas. Lembrava-me de como gostava daquele mar assim, calmo de Inverno... de como cada brisa fosse um beijo e cada brilho e cada estrela fossem um presente de Deus para mim. Ouvia sempre uma música lá longe. Um dia, aproximei-me do edifício e resolvi entrar. Parecia um bar daqueles... onde nos sentimos em casa. Tinha tanta gente a conversar animadamente! Vi que cada um que entrasse era acolhido pelos outros e as conversas fluiam. Olhei em volta e parecia que se tratava de um sonho. Falávamos para todos e ninguém se conhecia! Ao fazerem-me perguntas banais, fui respondendo um pouco cabisbaixa. Não tinha grandes motivos para me alegrar nesse dia e não estava disposta a fazer o menor esforço. Então, ouvi uma voz... era masculina e chamou-me à atenção pelo seu tom seguro. Parecia um porto firme, como aquele que vira há poucos momentos e que bebia água do mar. Queria saber de mim, das causas do meu estado psicológico. Acabei por não responder, desviando a conversa. Pediu-me que não o olhasse. Assenti. Tudo era tão estranho. Acabei por me sentar no seu sofá gasto, vermelho, junto a ele e ficámos assim. As luzes apagaram-se e todos sairam... Ambos permanecemos, sem nos tocarmos. Trocámos palavras e... quase sem se despedir, saiu. Vi-o de costas e sabia que o iria reconhecer quando voltasse a ver aquela sombra. Será que voltaria a encontrá-lo?!
Fiquei a pensar na nossa conversa, assim como o que aquela voz me tinha feito sentir.

Na noite seguinte, ao regressar àquele mar imenso e suspirar um pouco.... esquecendo um pouco a tristeza com o aroma do sal...

Ao ouvir a música, aproximei-me daquele local e, quem eu queria que tivesse também voltado, estava de costas, sentado numa mesa mais adiante.

Não sabia se era ele. Tive medo de confundir as sombras. A claridade era praticamente nula. Voltei a sentar-me no mesmo sofá, o vermelho. Fiquei ali perdida entre as conversas alheias e a minha vontade de que fosse ele.

H: Boa Noite. Estás melhor hoje?

Suspirou-me ao ouvido.

E eu fiquei logo a pensar que aquele que estava de costas quando entrei, já me tinha visto e dirigiu-se a mim, enquanto eu estava distraída. Colocou-me uma venda e conversou comigo mais uma vez. Não sabia nada dele, apenas a sua respiração e a preocupação me fizeram pensar que seria ele. Poderia não ser, poderia, mas eu senti que fosse.

Não o voltei a encontrar, embora lá tivesse voltado algumas vezes.

Mas, como encontrar alguém que nunca vimos antes?!

Eli

:)

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Chama



Antes que o fogo se apague, a música deixe de fazer sentido e a inspiração evapore... hei-de contar uma história.

Eli

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Sustem

Imagem de Eli

Dei por mim a pensar que não queria falar ou ouvir quem quer que fosse. Ainda tenho uma nódoa negra na minha mão esquera. Já não é tão visível, já nem sequer me dói. Já não me lembro muito dela. No entanto, recordo-a assonciando a uns dias difíceis. Eu tentei que eles fossem bons e proporcionassem algo de melhor a alguém... mas... em vão. Então, eu não aguento. Sim, eu sei. Quando me perguntam se estou bem, eu respondo: "aguento-me", "vou andando", "estou bem" e estou, mas é quando não me deitam mais abaixo, quando não me põem em causa a réstia de equilíbrio onde me agarro. Preciso de mim como sou e dos que gosto sem que me relembrem o que não quero lembrar. Perdi a paciência para coisas sem importância e estou sem vontade de me reerguer mais do que isto, mais do que esta normalidade que me sustem.

Eli

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Voltar

Imagem de Eli

Deixei de ser convencional, sabias?! Já não uso o preto no branco, nem o branco no preto. Sou tão mais, tão eu e estou tão cansada. Sinto-me assim, suspensa. No entanto, vislumbro a fonte dos meus sorrisos, aqueles que só eu entendo. Uma miragem, um sussuro, uma miragem, um murro... no destino que se entediou e resolveu transformar a tua Estrela na minha companhia. Atenta. As maiúsculas que quero que permaneçam vão sendo gravadas na minha memória. E... hoje li-te, mais uma vez. Saberás que estou contigo?! A retórica não perdoa neste espaço tão longo, tão profundo, tão inspirador. Calcarei uma areia molhada pelas lágrimas do passado para que me possa reerguer. São estes pedaços de amor que eu preciso, esta esperança, esta ansiedade que me percorre as veias e me faz esquecer tudo... e... ao mesmo tempo querer lembrar-me desse tudo por te querer contar.

Eli

:)