Agora nem nómada, nem emigrante.


sábado, junho 30, 2012

Paciência



Estou a ser posta à prova. O desafio que vem aí não é um terço daquele que vivo já hoje, desde há uns meses. Nada de mal. Apenas me pergunto sobre a minha paciência. Será que há esperanças eternas?

Eli

:)

sexta-feira, junho 29, 2012

Sofrimentos Alheios



Às vezes temos problemas que pensamos que são só nossos e que só acontecem a nós, que as outras pessoas, na sua maioria, têm as coisas controladas e só a nós tudo parece uma bola de neve que nunca tem fim.

Um dia, contas um bocadinho da tua história e apercebes-te que há pessoas em tão má situação que tu, ou ainda pior conjuntura...

Enfim, estou com um nó no estômago como já não estava há muito...

Eli

quinta-feira, junho 28, 2012

Desapertar



De-sa-per-ta-me.
Desaperta-me o laço.
Desaperta-me o laço do vestido.
Desaperta-me o laço do vestido, por favor.

Liberta-me das amarras da solidão.
Com letras, sem letras, não importa.

Sinto um aperto tão grande, tão imenso, tão meu.

Parece-me que te esqueceste de mim.
Mas, como poderá ser se te sinto presente
em cada insónia
e se não consigo ver mais ninguém.
És sempre tu que estás lá.
Por que razão não me agarras?
Desaperta esta amarra que me prende.

Adeus.
Diz-me adeus,
para que eu possa prosseguir,
errar,
tentar de novo.
Não consigo.

Há muito que não sentia tamanha prisão.
Enquanto choras e te lamentas,
o meu abraço permanece vazio.
Não sabes que não vivo sem ti.

Sobrevivo.
Preciso.
Desaperta-me o laço do meu vestido curto.
Já!

Eli

Desaparecimentos



Não consigo perceber a razão que leva as pessoas a deixarem-me sem resposta. É certo que isso não é assim tão comum que me obrigue a pensar que algo está errado e precisa de ser mudado. Mas, dizem-se coisas, criam-se laços e, num ápice, desaparece. Esses seres saberão que o que estão a fazer é errado, pois também não gostariam que lhes fizessem isso.

Há várias maneiras de desaparecer. Eu própria desapareço "de cirulação" por momentos. Isso é justificável e qualquer amigo é sempre amigo da sua forma de o ser, porque as relações são todas diferentes. Por isso é que nos conhecemos e também sabemos com quem podemos (ou não) contar.

Eu não preciso de fazer um esforço para estar - praticamente - sempre disponível para aqueles que eu quero atender. Afinal, talvez eu tenha feito uma interpretação errada. Talvez eu me tivesse enganado. Talvez eu devesse matar todas as expetativas. Sem elas sobreviveria melhor?!

Talvez o meu modo de agir não se devesse basear em verdades irrefutáveis do valor da amizade. Talvez eu devesse guardar apenas aquilo que é mesmo meu. Mas, não tendo nada, apenas sonho com o que me dão. Luto sem espadas e não sigo o padrão. Vou parar de rimar, que o talvez, hoje, veio para ficar.

Eli

quarta-feira, junho 27, 2012

Diário de Um Professor Qualquer

São muitos anos por cá, portanto, espaçosa, abri outra casa.

Quem quiser, poderá visitá-la em:




Eli

:)

segunda-feira, junho 25, 2012

O amor acontece #9 (por Bagaço Amarelo)

«Alarme


Lembro-me perfeitamente da primeira vez que disse a uma mulher que a Amava. Não me lembro, no entanto, da primeira vez que o pensei. É que pensei muitas vezes na palavra Amor antes de a dizer pela primeira vez. Isso deve-se ao facto de, apesar de ser muito raro apaixonar-me verdadeiramente, ser muito fácil sentir-me apaixonado todos os dias por uma mulher qualquer. É uma sensação que desaparece tão depressa como aparece, mas que nessa sua vida efémera é bastante intensa.
Também é verdade que isto me acontece muito mais facilmente nas fases da minha vida em que estou só, sem namorada. É como se o meu coração fosse um apartamento pequenino onde só cabe uma mulher de cada vez e, por isso, quando está ocupado é-me muito mais difícil sentir algo forte por alguém. Quando estou só, sou capaz de ter essa sensação de alarme no metro, no autocarro, num bar qualquer ou até na fila da repartição das finanças.
Foi precisamente no autocarro que me apaixonei pela Mónica, numa viagem em que ela adormeceu ao meu lado e deixou a cabeça cair sobre o meu ombro. É-me difícil explicar, mas quando isso aconteceu eu ainda nem sequer a tinha visto bem. Ia ao lado dela a pensar noutra coisa qualquer, mas quando ela se encostou a mim o meu coração acelerou imediatamente. Apaixonei-me, portanto, pelo toque e fui o resto da viagem petrificado, a tentar imaginar como seriam a face e a voz dela. Os cabelos, esses, eu via-os e eram longos e negros. Para não a acordar, e também para aproveitar esse encosto o mais tempo possível, deixei-me ir muito para além daquela que seria a minha saída. Regressei a casa mais tarde, fazendo a pé cerca de três quilómetros.
Foram três quilómetros feitos muito calmamente, em passos curtos e incertos, a pensar nesse novo Amor da minha vida. Era uma sensação boa, porque eu sabia que era um Amor que não passava dum desses alarmes que vão e vêm com o vento. Afinal de contas, tinha-me apaixonado apenas porque ela adormecera no meu ombro, sem lhe ver bem a cara ou ouvi-la a falar. Muito provavelmente nem me lembraria dela no dia seguinte.
O problema é mesmo esse: o dia seguinte. Acordei e ela foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Veio e, diga-se de passagem, nunca mais saiu. De tal forma que nos dias seguintes apanhei o mesmo autocarro várias vezes por dia só para ver se me cruzava com ela, o que veio a acontecer cerca de uma semana depois. Vi-a exactamente no mesmo banco e sentei-me à frente dela, como quem não quer a coisa, e acho que ela me reconheceu. Pelo menos riu-se timidamente. Nessa viagem, em que finalmente a vi de frente, confirmou-se a minha paixão. O meu coração tornou a acelerar terrivelmente e eu fiquei incapaz de reagir.
Durante muito tempo aquelas viagens de autocarro repetiram-se. Cheguei a fazer um mapa com as horas a que ela apanhava o autocarro e já não falhava uma única viagem em que ela estivesse. Era sempre o mesmo: eu à frente dela como se fosse um homem estátua e ela à minha frente como se não fosse nada. Às vezes ia séria, outras vezes sorria um pouco. Suponho que tinha a ver com as suas variações de humor e da forma como o dia lhe tinha corrido. Perdi a conta às viagens que fiz com ela assim, nesse meu silêncio sofredor.
Nunca falámos um com o outro até ao dia em que ela, uns minutos antes de sair, me disse que era a última vez que andava naquele autocarro. Ia viver para Lisboa, onde tinha arranjado um emprego melhor. Eu corei e encolhi-me perante as evidências. Tchau!, disse ela por fim. Fiquei a vê-la pela trémula e enorme janela do veículo, lá fora, virada para mim e a sorrir-me enquanto dizia adeus com a mão. Embaciei o vidro com o meu bafo e escrevi "Amo-te" ao contrário, para ela conseguir ler. Foi essa a primeira vez que o fiz.»

Bagaço Amarelo



Confesso que me identifico mesmo muito com a escrita... agradeço muito a partilha.

Eli :)

Post agendado

domingo, junho 24, 2012

Nuvem Negra

Sinto que tenho que fazer um esforço constante para não me derrubarem. O equilíbrio é a chave do meu sucesso como pessoa e como um todo complexo. Impossível sair disto, fugir... mas não anseio essa fuga. Só gostaria que mais como eu se equilibrassem, em vez de me tentar abanar para eu cair. É suposto várias pessoas na nossa vida terem quase a obrigação de nos dar um suporte, mas quando vou a ver, desconstroem-me de uma maneira pouco razoável como se me quisessem arrancar a máscara e deixasse as minhas feridas abertas. Deixem-me cicatrizar. Não me mexam mais na ferida. Para quê que me a procuram?! Só para ver se ela existe?! Mas eu já disse que existe, já admiti, já naturalizei. A minha paz não serve deconsolo?! Chega.

Eli

sábado, junho 23, 2012

Perda ou Encontro

Parece-me que perdi.
Embora me ditasse um caminho que por coincidência me levasse por aqui, por ali, a verdade é que tive que chegar lá.

(...)

Eli

segunda-feira, junho 18, 2012

Tretas

Não me respondas. Por que haverias de me responder?!

Porquê?!

São umas respostas atrás das outras. Uns sonos por acabar, uma ansiedade que me assiste, um olhar que ninguém entende - ainda bem - e eu permaneço nula. Não estou a ser explícita?! Pois então, também não era para ser.

Quando dormir os sonos que me faltam talvez consiga voltar a ver alguma coisa além do imediato.


Eli


P.S. Não precisam de comentar "tal desgraça"...

domingo, junho 17, 2012

O amor acontece #8 (por Rui Pires)


«


A cada dia somos iluminados e abençoados pelo astro rei e porque em cada raio de sol, pode existir sempre uma esperança de o amor acontecer, vamos alimentando a cada dia esse desejo, tendo sempre presente que haverá um amanhã...
Uma imagem vale mais que mil palavras, duas imagens valem mais que duas mil...
E se o amor tiver que acontecer, assim será!!!!







Desta vez agradeço a este autor de um fabuloso blogue de fotografia.

Eli :)

Post agendado

P.S. Estou a publicar mais cedo do que o previsto devido às condições técnicas - o meu computador avariou.

sábado, junho 16, 2012

Imperfeita

Se eu fosse melhor, seria perfeita?! Sempre disse que o maior defeito das pessoas perfeitas era mesmo esse: serem perfeitas. Em tempos conheci um homem que era perfeito, achei eu. Na minha conceção do ser, não havia ponta solta ou o que quer que fosse a apontar-lhe. Uma índole fora de série, falávamos horas, inclusive ao telefone e até me escrevia cartas. Foi nessa base que constuí um edifício que julguei nunca desmoronar, visto ter sido um chão perfeito a sustentá-lo, ele nunca chegasse a cair. No entanto, todo o tempo é cruel e traz-nos a realidade imperfeita. E... é assim que sou. Todos os dias descobrimos uma forma de contornar as imperfeições: as nossas e as alheias. Aquele homem conseguiu destruir tudo o que tínhamos construído e, ainda hoje, não percebi bem como é que ele conseguiu deixar-me para trás daquela maneira. Mais tarde, confrontei-o. Não mais tarde num mesmo dia, mas nuns meses depois. Então, à minha questão "porquê?", ele disse-me que me deu uma lição. Disse ainda que eu me apegava muito às pessoas. Então, resolveu fazer com que eu aprendesse a não apegar-me tanto. Era um amigo. Foi um amigo. Acabei por não aprender algo que não fazia parte de mim. Talvez me apegue menos, mas nem por isso sou mais feliz. Passado quase um ano do nosso "afastamento", escrevi-lhe uma carta a contar uma coisa importante que tinha acontecido na minha vida, ainda na esperança de resgatar uma amizade que fora tão nobre, tão especial, tão importante. Em vão.

Isto já aconteceu há demasiado tempo para ser "desenterrado", mas, hoje, ao deparar-me com o tema "Perfeição" da Fábrica de Letras, não pude deixar de escrever sobre factos.

Resumindo, sou Imperfeita com muito gosto.

Eli Rodrigues

sexta-feira, junho 15, 2012

Não demores mais.

quinta-feira, junho 14, 2012

Andando

Vou sonhar mais uma vez. Apenas uma noite sob um robe mal aberto e mal fechado. Esquecendo o calor e deixando que as músicas mandem em mim. Aquela que me enviou um amigo, dizendo que gosta de mim, que me surpreendeu, porque a letra escrita em português puro me fez lembrar de mim. Paro também para não olhar em volta, porque a televisão se dispersa e permaneço no profundo da minha música, errante. Esta, que já leu as minhas lágrimas em tempo de revolta e saudade. Não sou uma pessoa saudosa, daquelas que me desespera a despedida. Mas, passado um tempo, aquele tempo que não sei explicar, doem as lembranças com a ausência. Então, lembramo-nos apenas de alguns pormenores daquelas pessoas, porque todas as memórias são seletivas e, a minha tem a liberdade de bloquear e desfazer-se das tristes.

Há bocadinho dei por mim a pensar que se há alguma coisa que me faz mesmo feliz na minha vida são os amigos, são as pessoas que escolhi e que me escolheram.

Então, com elas partilho estes pensamentos, estes sonhos. São essas pessoas que me ouvem realmente e me deixam esquecer-me de tudo quando falo e que me confiam suas vidas, seus problemas. É disto que me alimento realmente. De conversas, de partilha, de confiança, de momentos com os outros.

Uma noite mais e... parece-me que até gosto de não fazer a mínima ideia do que irá acontecer. O contrato acabará, regressei àquela casa que é apenas um niquinho minha e... sem dinheiro para sair dali, só espero ter força para me superar, porque este ano tenho objetivos.

Háde sempre haver música, palavras, eventos, letras, livros, pessoas e terei algo pelo que lutar! Mesmo!

Estou a deixar-me ir, sem pressas. A paz que sinto é necessária.

Eli

:)


P.S. Fotografia tirada por Eli, num momento tão certo como ideal.

terça-feira, junho 12, 2012

Stay


Se calhar perdi o momento, enquanto trabalhava. Deixei-me de ilusões. A realidade sabe-me a mim...

Eli

segunda-feira, junho 11, 2012

O amor acontece #7 (por Rafeiro Perfumado)


«Infelizmente, o amor acontece



O fim do dia aproximou-se, inexoravelmente, chegando a hora de largar o trabalho sensaborão e regressar a casa. O mesmo caminho, o mesmo comboio, os mesmos passageiros. Mas ali não encontra calor, é um mundo de caras fechadas, de prestações da casa atrasadas, de dramas familiares vividos em segredo.

Sempre achou que um dia o amor lhe sorriria, talvez ali mesmo, naquele comboio. Uma qualquer mulher encantadora sentar-se-ia ao seu lado, meteria conversa com ele sobre o livro que estava a ler e sorririam, sabendo que desceriam os dois na mesma estação, de mãos dadas para a vida.

Olhou para o lado. A velha de sempre, com o furúnculo na ponta do nariz, as unhas sebentas que agarravam uma caneta toda roída, com a qual fazia as palavras cruzadas de uma Nova Gente já com dois meses. Suspirou. Ainda pensou em dar-lhe uma dica para a 8 vertical, mas temeu que ela quisesse descer com ele na sua estação.

Sem dar conta, já estava em casa, ceando comida congelada, uma qualquer fast food que só lhe reconfortava o estômago, não a alma. Na televisão, os debates de sempre, os concursos repetidos até à náusea, tudo gritando o quanto tinha uma vida oca e sem sentido.

Deitou-se, esperando sinceramente não acordar, pois sabia que o dia que se seguiria seria igual a este que terminara. E foi então que o amor aconteceu. Foi é no apartamento ao lado, e com uma tal intensidade que passou a noite acordado, jurando que no dia seguinte ia levar uma caneta nova à velha, a ver se tinha sorte. »




Sete anos, sete participações. Comemoro a rir, pois as minhas expetativas já foram superadas.

Obrigada a todos!

(Ainda há mais! Esperem pelas próximas segundas-feiras.)

Eli :)

Post agendado

domingo, junho 10, 2012

Magnética



É aquela entrega, aquele querer, aquela vontade demasiado grande, que parece que não dá lugar nem espaço a mais nada, tal é a intensidade. É um esquecermo-nos de nós para nos entregarmos ao outro. Quando isto acontece em reciprocidade, chama-se amor. O sentimento tantas vezes explicado, tantas vezes ignorado, não contém mistério... pelo menos para mim. Talvez a maior dificuldade seja encontrar alguém que queira fazer isso connosco e manter de uma forma única e constante.

Eli

Lançamento do Livro "Corda Bamba"



Queridos leitores, tenho o gosto de vos convidar para a apresentação do livro de que já vos falei:


Corda Bamba,  Pastelaria Studios Editora


Eli Rodrigues :))

P.S. Estou muito contente por publicar mais um texto meu num livro. Desta vez com mais noventa autores!

:)

sexta-feira, junho 08, 2012

Por ter uma veia

Final do dia sem luz, sem imagens, sem. E eu sou só eu sem a solidão que há muito tempo não me aparece, nem estou saudosa dela, ou ela de mim. Sim, porque eu sei! Entretanto, empilham-se coisas no saco desigual, enquanto me perco nos meandros da rede. E... nada de novo... até que me lembro que, hoje aconteceu algo inesperado: alguém que não me conhece, que apenas lida comigo quando calha sempre por e com cortesia, não sei bem como, entregou-me os seus poemas para eu ler. Quando eu dei conta, já estavam na minha pen. Coisa estranha. Não sei explicar bem como é que aconteceu. Mesmo! No entanto, acho que ando a espalhar por aí sem reservas, para quem quiser, que escrevo, que tenho um blogue e, estou a dar conta, finalmente, ao fim de sete anos, que algumas pessoas querem saber mesmo qual é, sem ser um favor de "ah, diz lá, pode ser que tenha tempo...", coisa que sempre detestei. Aliás, foi por isso que raramente disse que tinha um blogue. Longe de mim que seja um frete lerem aquilo que escrevo. Sinceramente, eu gosto e acho muito engraçado voltar a ler mais tarde, uns dias, meses ou anos... porque fico-me sempre a pensar como é que aquilo me saiu... ou de onde veio mesmo. É inexplicável. Como eu costumo dizer a um ou dois amigos "Eu tenho uma veia".

Então, vou ali ler os poemas e já venho.

Ah... e eu acho que nem mereci uma confiança destas. Mas, depois de lhe contar - em menos de cinco minutos - este meu lado... ganhei este prémio.


Eli

:)

quinta-feira, junho 07, 2012

Sinais de Motivação



Há coisas mesmo muito estranhas. Ou, então, podemos-lhes chamar Sinais. Simplesmente, existem. Muitas vezes para nos ajudar, outras vezes sinto-os como que a confirmar o caminho, porque nós andamos numa estrada alcatroada ou não, sinuosa ou não, com muitos ou poucos trilhos, mas, o importante é não ficar parado. Vejo muita gente numa estagnação dando passos para o lado, achando que é a andar em círculos, sentido-se aparentemente seguro, ficando imóvel, que manterá a sua felicidade. Talvez um bem-estar esteja lá, mas não a busca incessante de um ser humano, que quer ser sempre mais. Isto só se se consegue, reinventando todos os dias uma forma de construir um caminho. Não estou a julgar, mas posso estar a fazer uma qualquer comparação. Comigo, as coisas passam-se assim e, não conseguiria viver ou até sobreviver sem encontrar uma motivação - qualquer ou não - que me fizesse mover.

Isto tudo para dizer que hoje acabei de ler um livro. Há muito tempo que não o fazia. Tenho alguns começados, até um que está quase no fim, mas, há muito tempo que estão assim... até que, há uns dias, estava eu de fim de semana no Norte - em casa - andava eu à procura de um livro para emprestar, mexendo em livros que já me tinham oferecido há muito tempo e que eu ainda não tinha conseguido ler - por  falta de tempo ou vontade... até para isso preciso de uma certa disposição - encontrei-o através de um sinal verdadeiramente especial para mim, e, apesar de normalmente só ler quando estou de férias, porque já ando ocupada a ler tantas outras coisas, tive a certeza que tinha que trazer esse livro para cá.

Ainda não sabia eu que esse livro trazia tanto para me dar. Quando o comecei a ler, vi que aquilo era realmente uma mensagem para mim. Tinha um conteúdo tão explícito, que não precisei de fazer o mínimo esforço para compreender o porquê de só agora o ler e o porquê de eu o "precisar" de ler agora.

Não vou entrar em pormenores, porque são demasiado pessoais e, apesar de escrever aqui sempre com uma inspiração muito pessoal, precisava só de dizer que me sinto completa, hoje, agora e sei que o caminho é mesmo este, seja lá para onde eu vá. Não sei, nem quero saber. Só sei que estou com uma enorme motivação para continuar.

Eli

:)

quarta-feira, junho 06, 2012

Aquele homem



Ele chorava. Mas que raio de homem seria aquele?! Escrevia coisas estranhas, palavras caras, mas sem se fazer sentir na ousadia de uma mania. Profundo, com pontuações próprias e sombrias. Pouco. Muito. Tantos vais e vens sentidos num balançar quase enérgico de alguém que já se deitou tantas vezes com a mesma mulher. Fez-me lembrar um Ele do meu passado. Não serão todos do passado, quando no presente não estão, não são. Existe alguma coisa melhor que o envolvimento dos seres humanos. Regramos para que não haja sofrimento, mas, das regras escapam-se bastantes "Cabrões", perdoem-me os sensíveis que não saberão concerteza sua teimada constância em tornar "cabras", suas fêmeas. À parte da forma saliência, deixo para trás este pensamento esguio e entro de novo na engrenagem. Talvez precise da ajuda de uma música que me mastigue enquanto sinto o cheiro a tabaco, que me mexe. Não diria isto a mais ninguém. Talvez uma leitora reconheça esta coisa secreta. Mas, que mania tenho eu de escolher o que conto a quem conto, principalmente, de manter em segredo o que me dizem. Coisas nossas, coisas... ou não servisse esta palavra para descrever tretas e mais tretas. Afinal, tudo se reume a quê?!... Não digo. Vou fazer como aquele homem que se atira às palavras que a noite lhe traz, quando se debruça numa insónia lambida por uma banda sonora achada por uma gaja qualquer que lha atirou, sem medo, num impulso. Assim são as coisas (digo isto, porque repetir-me ajuda-me a ganhar tempo, enquando os meus dedos não param de escrever) ah, já sabes de quem se trata, pois bem, atrirei-me também a deambular, porque saber que alguém lê, é como ter um amigo e... tenho tão poucos que lêem por querer ler, por querer encontrar alguma coisa aqui.

Eli

:)

Escrito ontem, publicado amanhã. (Hoje, lol.)

segunda-feira, junho 04, 2012

Coisas pequenas

Um dia destes, numa tarde descontraída, andava eu às compras no supermercado, quando fui espreitar a zona do peixe, coisa rara, visto não ter dinheiro para esses luxos (refiro-me a peixe fresco). Deparo-me com uma cena: uma senhora que estava a ser atendida, pedia à outra que trabalhava na peixaria para colocar várias enguias na balança. Vai daí, pede ao filho (que tinha cerca de doze anos) para ir confirmar com o pai se podia levar as enguias, que já estavam no prato da balança, atenção. Pouco tempo depois, aparece o filho a dizer que não. Então, a senhora que trabalhava na peixaria, com seu ar de nem sei bem que pense, perguntou se podia ir ali atender outra família que estava a escolher peixe congelado. Entretanto, aparece o pai e a senhora olhava para as enguias e dizia "ah, eu queria tanto", o filho dizia o mesmo e eu fiquei com pena. No entanto, logo a seguir, ouço o pai a falar em algo relacionado com o dinheiro. Na verdade, não sei bem o que pensar. Por um lado, fiquei com pena, mesmo, por ter que retirar as enguias já pesadas e voltar a colocá-las em exposição. Por outro lado, não sei se aquilo era mesmo "pobreza", no sentido de serem comedidos ao máximo, ou se era coisa do pai ser autoritário. Uma onda de pensamentos levou-me dali para fora, depois de ter feito o meu pedido. Hoje, ao ler o blogue da S*, lembrei-me disto. Nós nunca sabemos o que se passa na casa dos outros. Não venho aqui julgar, mas refletir. Se eu não fosse ensinada a poupar desde sempre, não saberia como fazer render "o peixe" (leia-se a comida e o dinheiro). Se não há trocos para iguarias, come-se sempre o que houver de mais barato e haja imaginação para nos reinventarmos. 

Eli


Sobre o meu trabalho

Podem dizer o que quiserem, mas eu gosto de me sentar assim e conversa com um pai de um aluno - neste caso de dois - e sentir a realização profissional que mereço.

Obrigada.

Eli

:)

O amor acontece #6 (por S*)

Quando lancei este desafio, a S* respondeu na caixa dos comentários:

"S* disse...



o amor acontece quando menos se espera... chega de mansinho e arrebata-nos por completo."


Entretanto, no dia em que comemorou dezanove meses com o seu amor, inspirou-se e escreveu:


"Hás dias em que stresso por todos os lados. Há dias em que o trabalho se complica, dias em que o dinheiro não estica, dias em que as preocupações me assombram de forma constante. Nesses dias, o único conforto está em ti. És tu. Tu acalmas-me. Abraças-me, seguras-me, proteges-me. Chego a casa, cansada do trabalho, das preocupações e da vida, mas o teu sorriso dá-me o conforto necessário. Tu tornas os meus dias mais fáceis. Tornas as preocupações menos preocupantes. Fazes as dores menos dolorosas. És aquele que está sempre “lá” para mim, aquele que me faz rir com as palhaçadas constantes, aquele que tem num abraço toda a força do mundo. És quem eu amo, és quem me ama. Isso faz de ti o homem mais especial do mundo."


P.S. Palavras para quê?! Eu também sou assim.

Eli :)


Post agendado e já publicado no blogue da S*.

sexta-feira, junho 01, 2012

30 666

Este blogue conta com 30 666 visitas desde há uns - talvez - dois anos para cá. Não me lembro de quando coloquei o contador... Ou foi há um ano?! Como é que descubro isto?! A verdade é que já tivemos um número maior com outro contador que um dia "pufff" desapareceu... Se calhar estava avariado! O que eu quero dizer com isto é que é muito curioso com os anos o número de comentários ter-se vindo a reduzir, mas o número de visitas a aumentar. Não que viva presa a isto da estatística, mas é curioso. Ainda bem que existe para eu ter uma noção da quantidade de visitas que passam por cá diariamente. Sinceramente, foi surpreendente, quando comecei a reparar. Nunca imaginei que tantos "ratos, cliques, teclados, indivíduos," passassem por cá. Somos uma rede e o mundo é cada vez mais pequendo devido às tecnologias do clique!

Peço desculpa aos visitantes que esperam mais comentários da minha parte, mas há muito que deixei de comentar tudo o que leio... Há blogues que leio mesmo tudo e há outros que leio algo, há outros que perco o fio à meada e depois vou lá ver se o encontro, outros que só clico de vez enquando... enfim... nada de obrigações.

Isto tudo para agradecer muito todos os que valorizam este blogue por o lerem, visitarem... e ficarem por aqui um pouco a fazem-lhe (me) companhia.

Muito obrigada.

Eli

:))))

Quando o trabalho e eu nos misturamos...


Este dia é muito especial para as Crianças e, se há aquelas que merecem comemorá-lo, há outras que nem tanto assim. Sim sim, pareço insensível?! Mas falo com conhecimento empírico. No entanto, nós estamos sempre lá para elas. É uma coisa estranha. Cansam-me, levam-me a paciência ao rubro e a lados nunca dantes sonhados por mim, mas, encontro novos limites dessa paciência. Parece que o copo enche, enche, transborda, mas cabe mais e mais... Porém, se há esses que me "massacram" para sentir se há outro limite para além do último, há outros que dá vontade de conhecer, estar, de até "levar para casa" como lhes digo por vezes na brincadeira. Na verdade é por estes que vale sempre sempre a pena e foi por eles que organizei uma peça de Teatro, que apresentámos hoje. Parece que foi um sucesso, mas tudo se deveu a todos e estou contente, porque não há nada melhor (profissionalmente) do que sentirmo-nos recompensados pelo nosso trabalho. Ontem e hoje estive em modo de paciência permanente, porque eles estavam tão felizes, que os seus maus comportamentos eram justificados pela excitação. Todavia, descubro uma geração de muitos meninos demasiado egoístas. Por mais que lute contra isso, eles não têm muita sensibilidade perante os colegas, estando constantemente a tentar sobrepor-se ao outro a todo o custo. Isto preocupa-me, pois é um exagero. Enfim. Depois, há aquele lado: estão sempre prontos a ajudar-me e, apesar de tudo o que fazem ou não fazem, da falta de concentração, do barulho, de correr nos corredores, das queixinhas constantes, estão sempre "lá para mim". Este é o maior trunfo desta turma, que é tão mista, tão heterogénea... que é tão minha... e que tenho mesmo pena de deixar. Passo pelo menos cinco horas com eles por dia... por isso, muitas vezes se enganam e me chamam "mãe", "tia" e outras coisas e, disso, rio-me. Gostava de ficar para o ano letivo que vem, mas já sei que vou para uma lista, onde só contam números. É isso que sou: um número. Nada mau, se fosse para todos igual...

Isto tudo para dizer que hoje apresentámos uma Peça de Teatro, na qual também participei... e que nos soube mesmo bem. Penso que lhes criei um momento inesquecível. Foram quatro sessões para onze turmas distribuídas. Nada mau. Gostei mesmo e creio que este dia da Criança se tornou realmente especial. (Eles são do terceiro e quartos anos, dos 8 aos 12 anos).

Eli

:)

Andar na "Corda Bamba"


Deixem-me que vos diga do fundo do meu coração que o que eu escrevo nunca é só meu. Quem me inspira normalmente não sabe que o faz e raramente lê aquilo que escrevo. Coisas... mesmo... Mas, quem escreve, sabe que esta atitude tão solitária nunca é apenas sobre o sujeito indivíduo que se predispõe às teclas ou à caneta. De repente, lembro-me do texto que será publicado neste livro. Já o escrevi há algum tempo, talvez um ano... e a pessoa que mo inspirou, leu-o e descobriu-se nele, sem saber que tinha sido sua fonte de inspiração! Talvez por isso seja o mais indicado para publicar num livro que tem por base histórias verídicas, embora muito do que se escreva tenha sempre a marca do seu autor.

Na verdade, andamos sempre na "Corda Bamba" mesmo sem sabermos. Eu, com mais 90 autores, publicaremos, através da editora Pastelaria Studios, pedaços de nós e orgulho-me muito por fazer parte de mais um livro.

Assim sendo, convido-vos a comparecer na apresentação desta obra, no dia 30 de junho, pelas 19 horas, na Fábrica Braço de Prata em Lisboa.


Eli