Agora nem nómada, nem emigrante.


terça-feira, fevereiro 28, 2006

Tão...


Era assim que pensavas que ias ficar?
Vou-te levar...

Não há cores, não há sabores,
Nem cheiro, nem flores...

Não importa. Há mar.

Em tantas noites em semelhantes a esta,
Num passado longínquo,
Me percorri pelas vibrações...
Das ondas sonoras
Da solidão,
Pelas sensações
De ilusão.

Embalaste-me ao som de uma música... de olhos fechados...
Já te sentiste paralisado com o sentir profundo?!
Transformaste o meu mundo.

Andas com um sorriso parvo, contido...
Demorado, meu e brilhante...
Rasgado e entre humanos escondido...
Inteligente...
Forte, tépido e querido...
Tão...

:)

Eli

:)

domingo, fevereiro 26, 2006

Medo


Eu não sei muito bem o que se passa com a imagem e com a inspiração...
Com o sorriso e com o sonho...
Mas, nem queria esta sensação...
Nem passar pelo incógnito medonho.

Revejo-me num passado semelhante
Assusta-me o meu olhar
Entras na minha vida de rompante
E... eu... tentei negar...
No entanto, sorrio e rio e... mar.
:)
Eli
:)

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Pedras

Imagem de Eli

Como descrevo a sombra do vazio...?
Como edifico um chão frio...?
Era uma vez um homem. Alto, moreno, ora sério e triste, ora sempre com a piadinha inteligente na pontinha da língua!!! À sua volta todos se perguntavam o que pensaria aquele enigmático homem. Tão misterioso, tão senhor das suas próprias filosofias. Carregava no seu corpo o peso do sentir, do pensar, das vitórias, que, apesar de conseguidas, não lhe aliviavam o peso da alma.
Quase todos os dias subia uma montanha. Só. Gostava de sentir o silêncio e tomar o espaço como seu, deixar-se envolver pelas sensações... Queria libertar-se de seus pensamentos, por um momento que fosse, deixar o chão de terra negra que pisava, mas sentir o céu. Sem saber porquê, começou a atirar pedras... Atirava sempre pedras daquele lugar... quase deserto... Elas rolavam por entre árvores, orvalho, erva, flores, pesadelos, lágrimas... mas, nunca se conseguia libertar...
Era uma vez uma rapariga triste, cabisbaixa, mas apenas nas horas da solidão. Quando acompanhada, sentia em si uma alegria imensa e fazia rir os que a rodeavam... Era alta, sorridente, gorda, intuitiva... Um dia, nas horas de solidão, foi caminhar nas calçadas de terra batida do lugar limitado que podia percorrer.
De repente, sente uma rocha a bater-lhe no ombro. Era ligeiramente pequena, mas sentiu-a com tanta força, que tombou. Quando olhou à volta para ver de onde teria vindo, apenas encontrou chão. Pedras.
Via sempre as pedras com formas semelhantes e algumas voltaram a acertar-lhe enquanto se deixou estar. Queria saber quem as atirava... mas apenas via uma sombra.
Voltou no dia seguinte e no outro e todos os outros... Esperava horas naquele lugar, à espera de ler nas rochas o presente, enquanto pensava no passado, porque de futuro não era ela feita, apenas de sonhos.
Se são pedras, então gravas o que escreves.
Eli

:)


quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Enigma

Dali


Decifra-me...
Enquanto abotoo as emoções
Enquanto, em tempestades e olhares, me abraças
E...

Decifrarás...
Mais do que reacções
Mais do que letras, transparências, reticências e desgraças
E...

Decifraste...
Minhas passadas paixões
Meus sonhos que abandonei, tantas vezes, às traças
E...


Eli

:)

domingo, fevereiro 19, 2006

Escuro




A cada pequeno passo que dão os meus olhos, a brilhar...
Atrás de coisas pequenas, a fugir...
Encontro onde me refugiar
E cada pálpebra reconhece o teu sorrir.

Há dias em que no claro, vejo o negro...
Onde me saciar.

Encontro-me, em almas, que Alguém me enviou
Para que meu caminho não seja apenas uma espera
O que eu vejo... lugar onde estou
Mundo meu... a quimera.

Do frémito, vibram as cordas...
Não as que apertam, mas as sonoras
Livres... ousadas de veemência...
De... arrebatadora eloquência...
Soltam-se âncoras nas horas
Ausentes de ti.

De impulsos sou feita.
Não sou esguia, nem perfeita.
No silêncio desta página negra
Entoam-se melodias aos ouvidos
És alma que encerra sem regra
Os suspiros esquecidos.

Eli

:)

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Expiração




Não! Não aguento mais este sufoco!
Por que me agarras o coração?
Por que o apertas
Não vês que está oco
De rastejar na solidão?!

Não tenho palavras certas
Vejo um sol que não tem cor
Vejo uma maré que não tem ondas

Cortei o sentimento de dor
E levei a tua música pequena
Pelos espaços que sondas

Não estou aí, mas minha presença se deixa bater
A cada levantar de pano, a cada cena
Sou actriz de palavras que pecam em vão
Que se inspiram e me fazem corromper!...


E... esvais-te assim, numa evaporação...
Constante, qualquer, contigo.

Terás o nome do meu abrigo?!

Eli

:)


Escrito ao som de "My Immortal" - Evanescence.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Mania

Andei-me a "armar em difícil" para não ceder a esta onda... mas, hoje, resolvi ceder ao desafio, pois também me apetece! Depois de ler o Corvo Negro que escreveu um post tão... acerca das suas manias, resolvi escrever também e partilhar, como tenho vindo a fazer (embora de outra forma ultimamente)...

Bem... quando me perguntam algo sobre mim, costumo responder mesmo "Isso Agora... :)"... esta é uma mania que não vou incluir nas seguintes, porque senão nunca mais saía daqui!!!

Desafio > Manias

Proposto pela Butterfly

Regulamento: «Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E, além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue.»

Então estas são 5 das minhas manias:

1 - Dar cotoveladas/ agarrar o braço de uma pessoa quando vou na rua com ela (isso só acontece com duas ou três pessoas);

2- Quando chego a casa, visto logo uma roupa confortável (calçar os chinelos...);

3- Mania das surpresas;

4- Absorvo os sotaques das pessoas e/ou tiques das pessoas, porque tenho a mania de imitar (principalmente a pronúncia);

5- Quando vou a casa de alguém, tenho a mania de bater à porta de forma invulgar (ou estou sempre a bater, ou arranjo um ritmo qualquer);


Agora é a vez de lançar o desafio a mais 5 bloguistas:
- Antonior (Red grine and Blu);
- Clife (Blog do Clife);
- Dreamer (Imensidões);
- Fernando Vasques (O Meu Mundo)
- Santinha (Então vá!!!);


Bem, se não aderirem, não me vou zangar... Só propus estes nomes, porque faz parte!...

Também tenho a mania de dizer "deves ter a mania"!!!

Eli

:)

sábado, fevereiro 11, 2006

Mimo


Dentro da minha mente, os pensamentos voam a cada segundo... Volto-me e não vejo nada... Sei que está lá algo, mas todo o passado se envolve no nevoeiro característico... Queria sair de mim, para depois voltar e me contar como tinha sido. Quero que meu corpo continue aqui, a seguir o que está previsto e planeado, mas, preciso que a minha mente alcance descobertas maiores. Este lugar é pequeno para mim... Ou serei eu demasiado exigente?!

- Eli, matas-me a cada carta que me escreves... Matas-me aos bocadinhos. Escreves letras, como se fosse música a matar a sede à orquestra... e esses dedos percorrem olhos, boca... e as cordas da guitarra em que tocas silêncios que te quero sentir... e matas-me... matando-me cada vez mais... Por que é que me pertences e não te posso ter?

- Podes tudo.

- Por que é que te escrevo sempre pela manhã e tu só te diriges a mim à noite?!

- Não me dirijo. Tu diriges cada palavra que te envio.

- Eli... sabes o que...

- Sei.

Eli

:)

.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Paz

Salvador Dali

Ainda não sei tantos motivos de meus passos
Mas sei que sinto uma paz
Sei que me revejo nos meus traços...
Sei do que sou capaz...

Trago força que me fará viajar
Nesta vida triste, alegre, sentida
Entreguei-me ao mar
Que, simplesmente, é a minha vida...

Era uma vez um sonho... realizá-lo?!
Não... os sonhos ficaram no passado!
Morder âncoras... esperá-lo?!
Só depois de ter embarcado!

Imaginas o mundo sem imaginação?!
Flutua naquilo que não vês
Deixa-te levar na inspiração
E naquilo que apenas crês.

Depois... o vento enviou-me o guia...
E...
Acreditei no que não via...
E...


Eli

:)

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Não sei...

Foto de Eli

Não sei bem porquê...
Não sei porque é que sinto uma manhã como se não existisse, não sei porque sinto uma mancha na minha levitante e constante felicidade... Não sei o porquê da minha forma estranhíssima de ser... e não sei o porquê de quem não me pode compreender...
Passo horas a fio tentando descodificar os sinais que já me enganaram outrora... Aquelas coincidências que me disseram que o Amor vinha aí, mas, afinal, era - outra vez - o coração a sonhar sozinho com a capacidade de voar sem asas. Não quero asas. Já voei com elas. Não gosto de voar, agora. Só queria flutuar... às vezes consigo lá chegar com uns sorrisos que nascem de mim, vindos de pessoas que não me deixam descer mais.
Quero um pedaço de nada para transformar em tudo e, quando falei em "ti", em "tu"... não sei... também... again...
Volto, de novo, a pisar espaços, a tentar algo que me leve para a mesma forca... Mas, não sinto. Não consigo. Anseio mais os medos que as realizações.... e, antes dos medos chegarem, já estou a especular o SENTIR. Sinto, mas não sei.
Perco-me em fotografias que recolho dos momentos de solidão em que estou acompanhada... desnudo-me perante palavras e sentimentos e lágrimas e confiança... e não tenho nada do que me preenche no fundo, no sonho... e, se tivesse, provavelmente já não teria... estrago tudo, nem que seja por ter sido como quisessem que fosse. Pois, eu assim sou e assim fico e... Não sei!
Mas... quem me manda tentar saber o que não é próprio da sabedoria... Ah! Por isso é que nunca dá certo... por mais que seja pensadora, nunca...
E... também não tenho o sonho, apesar de sonhar... pouco. Nem sonseguiria deixar de o fazer...
Não existem ondas que me façam voltar a ver o horizonte, porque vejo apenas o mar e o céu. Vislumbro as espectantes nuvens, mas não lhes digo nada. Elas que me digam a mim!
E... às vezes, mordo o lábio e largo umas lágrimas num silêncio que nem os escolhidos têm conhecimento... Não sou nenhuma dessas lágrimas... mas anseio sê-las, porque, ao caírem, cairiam também pedaços de mim que ainda me fazem sentir assim... tão miserável, tão fora da poesia...
E largava aos lábios esta última gota...
Veria então... um pôr-do-Sol não só meu e dos que me querem... mas de um Nós... que teima em deixar-me fora... e... não sei...

Eli

:')

(Escrito parcialmente ao som desta banda sonora http://aladiah.blogspot.com/)