Agora nem nómada, nem emigrante.


quinta-feira, dezembro 18, 2008

Dança do Amor

Quando as trevas já não me trouxerem luz
E não me mostrarem onde posso caminhar
Deixarei o toque que me seduz
Para os passos iluminar
.
Andarei de mão em mão
Numa roda onde possa dançar
Apertarei o coração
Contra o peito, a baloiçar
.
Rebentarei as correntes do amor
Para que a química dê lugar à paixão
Chrorarei lágrimas com sabor
Recalcadas, tantas vezes, pela educação
.
Os versos caminharão sóbrios à margem
De águas inspiradas pela tristeza
Levarão um rumo com a aragem
De uma nova certeza
.
Dançarei com os pés a levitar
Concentrada na luz daquela vela
O beijo que hei-de abraçar
Liberterá o Amor de uma cela.
Eli

Inspiração: http://br.youtube.com/watch?v=dwZRSr_IDMs&feature=related

terça-feira, dezembro 09, 2008

A mulher do toque mágico

Entrego o meu vestido usado ao costureiro para que me faça uma nova baínha, para eu voltar a dançar mais uma vez. Pinto um sorriso distante às paredes negras da vista inebriante e deixo-me levar. Sento-me naquele banco ao lado de uma alma sóbria e amorosa. Deleito-me no ombro confortável de um momento escolhido pelo toque de nossos dedos. Em cada palavra há o registo de sorrisos ora ingénuos, ora envolventes. Encontro o cheiro viciante dentro de longos braços protectores de mundos alheios. Palmo a palmo, luz a justificação do desejo, a suavidade da entrega, a queda do arrepio, a sombra do poema que termina numa vírgula reconhecida como ponto final. O tecido recompõe-se, recolhem-se as cadeiras e as agulhas tecem mais um pedaço de um vestido que entrego às margens do rio para que tudo não sejam recordações falhadas, mas vivências passadas relembradas com todo o sentido de alguém que possui um toque definido em magia.

Eli

:)