Andava a ouvir algo que suscitava a minha curiosidade, misteriosamente. Não me conseguia lembrar de onde vinham os sentimentos que me prendiam. Aquelas vozes levavam-me ao profundo. Não imaginava porquê. O poder que tinha sobre mim fascinava-me. Porém, sentia que o meu inconsciente não me conseguia transmitir a mensagem por completo. Andei assim dias e dias, apenas com um leve conhecimento e com uma grande capacidade de sentir. Hoje, finalmente, desvendei. Poderia pedir perdão às pedras por onde caminho, por gastar mais do mundo do que lhe dou. Mas, consigo gritar alto demais dentro de mim. Consegui não ficar surda àquela sensibilidade inerente. Concerteza que o fôlego se perderia se tivesse ignorado o Sinal. Serei capaz de me despir de tantos precalços, de conduzir pela manhã com um sorriso. Acredito. A força que sinto não me vai deixar para trás. Não desistamos. Entoemos sinais assim. Abracemos esta cumplicidade. Revela-me as conjugações do teu verbo desvendar. Relembro um tempo em que os poemas jorravam dos teus dedos e eu os devorava. Tal vampira. Tal admiradora. Tal apaixonada. Então, um dia, vieste à superfície. Eu vi a tua sombra. O teu corpo permaneceu imerso. Aquele suspirar ardeu-me mais do que um beijo entregue às moedas que não pagavam grafemas. O som. Aquele. Se me levares a voar nessa missão, as condicionais evaporar-se-ão. Sem sentido, sem ter perdido, encontrei. Encontraste-me.
Eli
:)