Nunca saberás por que chorei aquela noite
Não verás resposta nos meus versos recalcados
Desbruçar-me-ei no mistério de os apagar
Em mãos sozinhas, sem gostar
sofrerei o passado para não ver nele o futuro
Qual natureza?! Quais folhas de outono?
Qual primavera, qual caminhada?
Não quero sonhar mais nada.
Alongar-me-ei sem mais pressas de finalizar
Palmas de dedos a tactear
Gosto quando me pedes para amar
Porque o que eu faço com as teclas,
com a música e contigo
é fazê-lo sem dizê-lo
Para quê falar mais e mais?
Dar asas à necessidade que jamais voará?
Leva-me a dançar em teus braços
Na cozinha, no teu espaço, no meu
E transforma nossa a tua cama
Com uma voz gritante de quem quer a felicidade
De quem deixou lá atrás os traumas
Monstros eliminados, fotografias arrumadas
Ama o meu toque, numa noite, numa noite
Alguma vez viverei a verdadeira libertação?!
Eli