Agora nem nómada, nem emigrante.


segunda-feira, agosto 13, 2012

O amor acontece #16 (por Zeza)


«O som de um momento.
E na altivez de quem chega majestoso, consciente da sua presença, o véu aveludado da noite, ia apoderando-se de mim. Parava tudo à minha volta, por mais forte que fosse o vento, qualquer tormenta ou desalento, só o anoitecer importava, única força que me tomava.
E eu ficava horas, no escuro a observar, cada sombra desenhada, pela luz da "encantada", aquando a sua visita aguardada. Nada sentir, apenas deslumbrar, um quadro primitivo, que todas as noites se repetia, antecedendo o dia.
Uma noite, as sombras mudaram, oscilaram, dançaram. O silêncio foi interrompido por um outro obeservador, sentado perto, quase ao meu lado, soltou palavras de apreço e respeito, pela lua que me movia o peito.
E sem altivez, mas consciente da minha presença, aproximei-me do intruso do meu momento egoísta, em que o luar era a única coisa a valer ser vista.
Se os ramos das árvores dançam no escuro, fazendo das sombras desenho puro, porque não dançarmos também? Que importaria não haver melodia, que importaria o resto do mundo, se naquele mundo não havia mais ninguém?
E na altivez de quem possui uma fortunas, em forma de momento, a emoção foi una, e dançamos, dançamos, dançamos sem parar, entre sorrisos, olhares, gestos e outras formas de falar, e dançamos, como quem dança, ao som de música nenhuma, apenas a do coração a disparar...»

Zeza

P.S. Obrigada pela participação e reflexão.

Eli

:)

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante o teu blog :)

mas cada dia que passa acredito menos que o amor acontece e muito menos que seja um amor verdadeiro.

Ainda bem, que ainda existem pessoas como tu, que ainda acreditam.

Abraço

Eli disse...

Paula Cris

Obrigada. :)

Este post foi escrito pela Zeza, mas eu acredito sim! :)