Agora nem nómada, nem emigrante.


quinta-feira, maio 09, 2013

Francisco #3







Logo depois, ao percorrer os longos corredores e as escadas até à estação, dei comigo a pensar naquele meu amigo que precisamente no dia anterior me disse que eu não sabia aceitar. Disse-me que eu queria ser compreendida, mas não deixava que me compreendessem. Aquele homem, aquele desconhecido aceitou a minha dor, mesmo sem saber a sua fonte.
Fui à máquina, mas como não estava a conseguir tirar o bilhete, dirigi-me a uma caixa multibanco, onde aí sim consegui comprá-lo. Ufa! Finalmente, poderia descansar.
Reparei que ainda faltava uma hora e meia para o comboio. Então, coloquei de novo os fones, fiz girar as rodas da minha grande mala azul, coloquei a mochila às costas e segui em direção ao Centro Comercial “Vasco da Gama”.
Curioso, como agora estava rodeada de tanta gente e ainda me sentia mais sozinha. Resolvi descansar dos pensamentos negativos e ver algumas montras.
Mais adiante, sentei-me na zona da restauração pensando em comer alguma coisa. O que tinha comido no avião já se havia diluído há muito…
Quando dei a primeira trinca no “kebab”, começo a concentrar-me numa voz atrás de mim… uma voz tão familiar… não me voltei. Comecei a pensar de onde conhecia aquela voz masculina que me soava tão familiar… até que ele disse uma expressão que me fez cobrir de rubor as minhas faces! Ricardo! Era o Ricardo R. do Montijo! Viro-me ou não?! Pensei em voltar-me para confirmar se seria ele ou não, mas a curiosidade de ouvir mais foi mais forte… e ele repetia.
- “Gosto de ti daqui até à lua.” 
Ela ouvia e ria-se de prazer. 


 (continua)

Eli

2 comentários:

Graça Pereira disse...

Eu ter-me-ia voltado...para o Ricardo...fosse ele amigo ou...mais alguma coisa...
Bj
Graça

Eli disse...

Graça

Provavelmente, eu também! :)