Logo depois, ao percorrer os longos
corredores e as escadas até à estação, dei comigo a pensar naquele meu amigo
que precisamente no dia anterior me disse que eu não sabia aceitar. Disse-me
que eu queria ser compreendida, mas não deixava que me compreendessem. Aquele
homem, aquele desconhecido aceitou a minha dor, mesmo sem saber a sua fonte.
Fui à máquina, mas como não estava
a conseguir tirar o bilhete, dirigi-me a uma caixa multibanco, onde aí sim
consegui comprá-lo. Ufa! Finalmente, poderia descansar.
Reparei que ainda faltava uma hora
e meia para o comboio. Então, coloquei de novo os fones, fiz girar as rodas da
minha grande mala azul, coloquei a mochila às costas e segui em direção ao
Centro Comercial “Vasco da Gama”.
Curioso, como agora estava rodeada
de tanta gente e ainda me sentia mais sozinha. Resolvi descansar dos
pensamentos negativos e ver algumas montras.
Mais adiante, sentei-me na zona da
restauração pensando em comer alguma coisa. O que tinha comido no avião já se
havia diluído há muito…
Quando dei a primeira trinca no
“kebab”, começo a concentrar-me numa voz atrás de mim… uma voz tão familiar…
não me voltei. Comecei a pensar de onde conhecia aquela voz masculina que me
soava tão familiar… até que ele disse uma expressão que me fez cobrir de rubor
as minhas faces! Ricardo! Era o Ricardo R. do Montijo! Viro-me ou não?!
Pensei em voltar-me para confirmar se seria ele ou não, mas a curiosidade de
ouvir mais foi mais forte… e ele repetia.
- “Gosto de ti daqui até à lua.”
Ela
ouvia e ria-se de prazer.
(continua)
Eli
2 comentários:
Eu ter-me-ia voltado...para o Ricardo...fosse ele amigo ou...mais alguma coisa...
Bj
Graça
Graça
Provavelmente, eu também! :)
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