Pelo canto do olho, no campo visual
permitido disfarçadamente, apercebi-me que a companhia dele era uma mulher
loira e bonita. Apetecia-me levantar-me e gritar-lhe que aquela era a nossa
expressão! Afinal ele deveria usa-la com todas… senti-me ainda mais cabisbaixa.
Então, lembrei-me de uma coisa!
Podia enviar-lhe uma mensagem.
Então escrevi: «Gosto de ti até à
lua e da lua até aqui.» Eu sei que não tinha o direito de fazer isso, mas havia
muito tempo que não falávamos e eu queria provoca-lo!
Ouço o som de mensagem do telemóvel
dele a tocar precisamente atrás de mim. Confirmei, sem o ver, que era mesmo
ele.
Pensei em virar-me, mas logo depois
perdi a coragem. Pensei no trabalho que tinha tido a esquecê-lo. Aquele mês nos
Açores fizera-me mesmo bem. Nunca mais me tinha lembrado dele. Foi um mês
abençoado. Viver junto ao mar tempestivo de inverno em S. Miguel. Nada melhor
para a vida dar uma volta de cento e oitenta graus.
Fechei os olhos, abri o meu diário
e escrevi. Ainda estou a escrever. Sorrio. A escrita sempre me fizera
companhia. Lembro-me de ficar a noite inteira a escrever até amanhecer. Que
loucura! Já tinha páginas e páginas só de sentimentos.
(continua)
Eli
2 comentários:
Despejar para o papel alivia, com certeza...também o faço mas... o Ricardo estava mesmo esquecido?
Graça
Graça
Seria?! Há uma incógnita!... :)
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