Agora nem nómada, nem emigrante.


sexta-feira, agosto 09, 2013

Flutuar






Apaguei o poema. Melhor eliminá-lo a azul, mas antes copiá-lo para um ficheiro qualquer. Poderás vir a perguntar-me por ele e quiçá rirmo-nos de tal disparate acróstico. Com a graça que deste às palavras desenhadas na areia, acabei por decifrar a mensagem que me tinha sido entregue em garrafas vazias. Ou assim quis que fosse, antes que a confiança acabasse. Antes assim, adultos. Entre música alta na tenda do vizinho e a insónia que me retardava o sonho, diverti-me a sonhar com aventuras e a viver num diário escrito, descrevendo o hilariante. Gosto quando o Sol me beija a pele, quando olho as dunas e vejo outro tipo de surf, onde as gaivotas dançam num voo qualificado. Embora lançar papagaios com os miúdos, para eles e como eles. Escreves-me mais e eu escrevo também, mesmo estando ao meu lado. Sorrio num sorriso secreto. Ninguém imagina porquê sem ousa imaginar que é o transbordar de um olhar que não é só meu. Ainda vês algo aqui? Ainda queres ficar?

Eli

(Imagem de Eli)

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