Agora nem nómada, nem emigrante.


domingo, agosto 28, 2005

Dúvida...

Chegaste de mansinho e espreitaste pela porta que ainda estava aberta... não que fosses tu a deixá-la assim, mas porque eu não a fechei para ti.
Sinto tantas vezes tudo opaco e, quando aparece algo transparente, não o consigo alcançar...
E depois mordo os lábios para não chorar, porque sou forte e não quero partir, não quero que partas.
Ah... já partiste?! Não vi, não dei conta, não sei de onde venho, mas sei para onde vou. Não sei quem és, mas sei muito do que sou.
Sou prosa e, quando sibilo, sou poesia, porque pessoas como tu mo permitiram...
Então, chego a casa novamente, pouso as tralhas e dou-me conta que eu também faço parte delas... Afinal não deixei lá tudo, também me trouxe. Carrego-me nos braços com o peso suficiente que me faça cair, porque já não flutuo... porque não sei flutuar sozinha.
O preço de um abraço que não tive e um corpo que não quero e que no fundo sei que nunca foi meu.


(Perdoem-me a repetição, pois este post está no blog Next Street, mas queria que ele também ficasse neste cantinho só meu... Obrigada pela compreensão...)

2 comentários:

Morfeu disse...

Uma mistura de curiosidade e desejo, de fraqueza e certeza, de segurança e delicadeza...mas sempre o conflito entre duas verdades que se sabe...do que se quer e a forma como podemos ter.
Obrigado por partilhares estes pensamentos.

Jose Martins disse...

"Preciso da tua ausência" acho que se encaixa na perfeição aqui...

Não abdiques de ti! Tu é que és importante! "o braço, o corpo" também são importantes, claro, mas se por acaso não os conseguires recuperar, vive na mesma, porque é na tua alma que irás brilhar!
Beijinho