Agora nem nómada, nem emigrante.


sábado, novembro 27, 2010

A verdade

Fotografia tirada por Eli

Como poderei escrever sempre com uma ideia que nunca digo?! Quanto tempo mais serei capaz de aguentar este sufoco! Quero gritar isto, mas não quero dar asssim esta informação. Conheço as pessoas, elas sobrevivem à minha volta. Como poderei, por um lado, não partilhar?! Por outro lado, deverei entregar mais uma preocupação àqueles que nem sabem que ela me existe?!

Às vezes quero tanto esquecer a realidade da ausência, que as lágrimas rebentam do sufoco onde permanecem, quando o sorriso prevalece.

Ser-me-á permitido... sim, eu sei que eu faço, eu aturo, eu seguro, porque quero. Acima de tudo, sim, eu dou valor, embora muitas vezes ninguém saiba qual é a minha corrida, como é o meu respirar e por que é que me agarro tanto ao que tem valor para que a felicidade permaneça na minha alma, nem que seja apenas pelo tempo possível, sim, porque a esperança traz-me um pouco de alegria e paz, embora não possa esperar tudo, a alegria não vem, exijo a paz.

Há dias, esta semana, sonhei levemente com algo, que no próprio sonho, sabia ser impossível. Não me venham dizer que "ah, tudo é possível". Eu sei que NÃO é! Por isso, me fecho, por isso não falei do sonho e de outras coisas, porque sei que ninguém me pode ajudar. Só eu me posso entender melhor, assim, sozinha.

Manda-me sinais... como aqueles que li... apenas porque acredito.

De que me vale ser nómada...
De que me vale ser rica...
De que me vale gostar...
De que me vale ter...
De que me vale sorrir...
De que me vale...?

A minha dor é tão difícil de suportar
Que nem todos os abraços serviriam para a acalmar
Eu escorrego entre as teclas de uma música
Que insiste em não parar
E não consigo mais
E preciso superar

Deixem-me libertar
Só uma vez, só mais uma vez...

Quero tanto chorar mais e mais e mais e mais
Não preciso que me digam que sou isto ou aquilo

Eu tenho direito a sofrer e preciso de viver e sentir
... atabalhoadamente as minhas lágrimas
Para as limpar a seguir
E... quem sabe, numa paz
... dormir.

Preciso tanto dele.
Tanto tanto tanto
Dá-me a mão, por favor
Preciso que me façar levantar outra vez
Preciso
... da tua presença, aqui e na minha vida.

Não me deixes assim triste...
Nem consigo respirar assim.
O meu coração bate descompassadamente

E não sei como será um Natal sem ti,
... porque nunca o vivi...

Preciso de viver sozinha,
... porque preciso de chorar sozinha.

Eli