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Continuação de H...
Nos dias seguintes, entre a azáfama do Natal e os preparativos para as festas pontuais marcadas, fui passando menos vezes pelo lugar que tocava aquela música. No entanto, quando me lembrava do tal sítio, depois de horas de trabalho a fio, lá ia eu, mas nunca mais o encontrei.
Procurava o H com o meu olhar atento, no último lugar onde o tinha vislumbrado de costas, naquela (última) vez. As nossas duas conversas foram-se esbatendo da minha memória e passou Dezembro. Porém, aquela voz terna nunca se esbateu. Desviei-me da realidade por vários momentos para relembrar e, quem sabe, se algum dia o iria reencontrar...
Logo no início do ano seguinte, ainda na primeira semana, fui ver o mar. Que saudades de uma temperatura amena! Parecia que era uma noite de Verão. Entretanto, ouvi a música ao longe e lembrei-me dele. Por que não flutuar entre o sonho e a areia? Pegadas ao caminho e, ainda descalça, entrei. Ele não estava, pareceu-me.
Deixei-me ficar e, desta vez, um simpático cavalheiro que, ao ver-me chegar, dirigiu-me a palavra numa conversa circunstancial...
Entre um bocejo e uma tentativa de me isolar a um canto, encostei-me ao parapeito da janela. Sentia o ar fresco a bater-me no cabelo. Perfumava-me...
Ouvi um suspiro:
H - Boa Noite.
Eu - E...
O cavalheiro percebeu que o homem que estava à janela a falar ao meu ouvido, me tinha feito paralisar e eu tinha desligado do assunto, embora respondesse automaticamente. Voltei-me e vi-o.
Tinha uma máscara.
Pediu-me que saísse. Fui para a varanda, sentámo-nos a ver as luzes ao longe, a sentir o nevoeiro na face...
Voltámos nos dois dia seguinte e combinámos um outro encontro. Ele apareceu. Teve que ir fazer um recado (o trabalho, sempre o trabalho) e voltou ainda nessa mesma noite. Esperei. Valeu a pena.
Eu ia dormir sorridente.
Ele vinha sempre de máscara. Não abdicava de disfarces.
Eu andava tão motivada com as nossas conversas que fiquei ansiosa pela última data marcada.
Não apareceu.
Voltei no dia seguinte, não apareceu e no outro, não apareceu e no outro, não apareceu...
Eli
3 comentários:
Oi Eli
Muitas vezes as coisas acontecem quando menos se espera ... por isso não esperes vive =)
Kiss***
Espera-se um H #3 :)
Mais recados... mais trabalho.
Agora fiquei curioso para saber se a sabedoria popular tem razão quando diz que não há duas sem três.Haverá um terceiro post? :P
:))
em_segredo
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