Agora nem nómada, nem emigrante.


sexta-feira, fevereiro 04, 2011

H #4

Imagem de Eli

Ainda que o sofá vermelho tivesse perdido a cor, eu preferia mil vezes os nossos passeios à beira-mar. Foram três dias seguidos. Ele procurou-me e eu deleitava-me com a sua presença.

Trouxe a guitarra e tocou para mim.

H- Querida...

Eu sorri e deixei-me ouvir. Deitei-me na areia. Via apenas o céu a escurecer mais e mais pela madrugada. Não proferi qualquer palavra. Só queria sentir, sentir, sentir. Chorei de tanta emoção. Parecia que aquela canção tinha sido escrita para mim. Enquadrava-se perfeitamente.

Mas, nunca quis aquela perfeição, a dos outros. Apenas a minha imperfeição feliz.

No dia seguinte, não esperei pela sua mensagem, como nos outros dias. Estava tão ansiosa, que fui a correr até àquele lugar... O nosso. Quando lá cheguei, desenhei um coração enorme no chão. Sentei-me dentro dele e esperei. Esperei tanto, até que o meu próprio (coração) se sentisse pequeno fosse perdendo pedaços no meu caminho de regresso a casa. Fiquei a pensar nas modernices. Aquele pedaço de papel onde ele podia escrever uma mensagem para eu ir ao seu encontro, não tinha o outro lado. Não podia ser eu a enviar a mensagem. Senti-me ridícula, inútil. Fiquei com aquela música que me dedicou... Parecia que estava sempre a tocar dentro da minha cabeça. Eu queria calá-la, mas não conseguia.

Eli

6 comentários:

Myosotis disse...

:)
Adorei.

**Beijinhos**

zeparafuso disse...

Bonito.

Me,myself & I! disse...

Já pensaste em escrever um livro,Eli?
Tens uma escrita incrivelmente cativante!

Eli disse...

Myosotis

Obrigada (muito)! Porquê?

:)



zeparafuso

Obrigada. Porquê?

:)


Me,myself & I!


Obrigada. Sim, já. Até já fui co-autora num livro. Agrada-me que tenhas pensado nisso.

:)

Anónimo disse...

A saga continua, agora com música no coração e na cabeça. :P
:))


em_segredo

Eli disse...

em_segredo

Ainda bem que estás por cá...

Volta sempre.

:)