Agora nem nómada, nem emigrante.


segunda-feira, agosto 27, 2012

De mim


Eu esforcei-me, eu juro que me esforcei, mas não consegui... então, agora, parece que o mundo me deixou aqui, assim, completamente sozinha. Os meus olhos desfocam-se e já nem sei o que quero ver. Por que razão me entristece tanto ter que abandonar diariamente um sonho que sempre me preencheu?! Não toco por puro prazer, toco por necessidade, porque há um qualquer objetivo em me manter viva... e esta música troca-me os acordes de uma ponte qualquer, aquela que não...
 
Há uma tristeza no piano que tocou, na música que não ficou e naquilo que sinto quando se trata de rejeição. Eu esforcei-me por não vir aqui escrever-te, escrever-nos, eu tentei mesmo, mas perante as lágrimas, preciso de despejar, despachar, assombrar, assombrar esta capacidade que tenho de me entregar... que nunca me levou a um porto seguro. Sim! Nunca! Era isso que tinhas que ter lido hoje.
 
Afoguei-me vezes demais. Não soube nadar, nem saberei jamais, por mais que me esforce, apenas apanhei boleia em embarcações masculinas. Isto não é um poema, mas é "ajudado".
 
Já não pergunto "será de mim?", porque eu sei "é de mim".
 
Eli

6 comentários:

mfc disse...

Um quase poema em prosa cheio de interrogações que sempre nos colocamos...
É essa certeza da dúvida que sempre permanece em nós!
Beijos,

Eli disse...

mfc

É uma mescla de coisas que tinham que ser escritas, senão, rebentava!

Obrigada. :))

Buxexinhas disse...

"É de mim"... É a justificação que encontramos para o injustificável... Para o que faz sentido dentro de nós e não se realiza... Sim... é de ti e de todos os que acreditam e sentem... Que vivem! ;) Beijinhos

Manuel Luis disse...

As coisas que valem a pena, não são fáceis de manter.

Eli disse...

Buxexinhas

Trazes sempre um espírito tão bom! Que o vento nunca o leve! :)

Eli disse...

Manuel Luís

Palavras sábias, meu caro! :)