Escondi-me numa caverna de vidro. Não sabia que era transparente. Fiquei lá sozinha, torcendo para ninguém me encontrar. Viajei entre caves e vulcões, carateras e montanhas. Toquei os mais belos instrumentos nas minha viagens imaginárias. Deixei-me ficar desligada do mundo. Achei que não devia partorear mais os amigos que precisavam de consolo na sua lã. Mas, entre as rochas, pedras no meu poço de solidão, soltei um grito. Precisava de sorrir novamente. Tinha destreinado o esboço. Tal grito de ânimo partiu a caverna e reparei que tinha sido observada enquanto tinha fechado os olhos, que havia ali alguém e que nunca tinha estado efetivamente sozinha.
Abri meu coração ao mundo e contei ao meu amigo o meu desânimo mais profundo. Depois, apaguei tudo e a memória dele já não regista esse momento de confiança. Esqueceu-o.
Eli
2 comentários:
Queres que relembre?, ou queres somente um bom porto onde depositar teus desaforos na esperança que ele nunca recorde?,
cumprimentos,
NR
Nelson Rocha,
sinceramente, não sei que escolha... fico-me entre o vazio e o imaginário quando escrevo com fontes confusas...
:)
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