Sábado, 18 de fevereiro de 2012
Acabo de aterrar no aeroporto da Portela. Não sou eu
quem aterra, é o piloto do avião. Foi ele, aliás, mas, na verdade, isso não
importa nada. Sinto-me inspirada depois desta viagem. Acabo de olhar em volta e
vislumbro vários tipos de pessoas, acabando por sentir que são um só. Aumento,
o volume do meu mp3. Ouço Damien Rice – “Delicate”. E como é delicada
esta minha realidade. Passo os olhos pelas cadeiras azuis. Desta vez resolvi
esperar pelas malas sentada. Já sei que demoram. Se passar menos do que uma
hora aqui, até estranho… tais são as demoras. Olho em volta novamente, será que
devo descrever o que vejo?! Um homem de barba com um chapéu a tapar o cabelo.
Moreno, alto, mexe num cigarro que por agora não pode acender. Já o vi
coloca-lo na boca por diversas vezes. Será que aguenta sem fumar até sair do
aeroporto?!
Ouço um barulho mais forte, qual estrondo. As malas
começam a rebolar no tapete. Espero que apareça a minha enorme mala azul, que
tem escrita em cima a tinta branc (corretor) “Eva”. Foi a maneira que encontrei
para a alcançar com o olhar, ao longe, sem se confundir. Já por algumas vezes
pegaram nela e voltaram a coloca-la no tapete rolante quando viram o meu nome escrito.
Não falha.
Passam malas vermelhas, pretas, até azuis, mas a minha
tarda. Lembro-me de como é normal as primeiras a fazerem cheque-in são as
últimas a aparecer no tapete. Por fim… lá aparece. Boa! Desta vez, quarenta e
cinco minutos depois de aterrar, já estou a sair.
Olho
para o relógio, antes de vislumbrar a multidão de pessoas que espera. É muito
engraçada esta parte. É como se as pessoas que saíssem do avião fossem todas
famosas. E são! Somos todos famosos na vida de alguém. Ouve-se a alegria e o
espanto das saudações. Vejo um ou dois cartazes a dizer nomes! Como é bom ler
cartazes que esperam pessoas. Sorrisos, pessoas felizes. Ultrapasso toda esta
dimensão e espero encontrar alguém… mas não encontro. Novamente, sozinha. Saio
apenas na companhia da minha música “I can’t take my eyes of you”. Não imaginam
qual é a tristeza quando não se tem um abraço à espera. Finjo que sou muito
independente, que já estou habituada, como se fosse uma hospedeira. Talvez
devesse...
(continua)
Eli
4 comentários:
Ola Eli,
eu não aguentava, arre para aquele cigarro,
bom regresso*
NR
Hehehe
Imagino! Há quem faça as coisas mais estranhas por causa de um cigarro! :)
E porque não tinhas ninguém à tua espera?
Beijocas.
Graça
Graça
Não sei... Há cada desculpa para isso que mesmo que quisesse responder, perder-me-ia...
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