Agora nem nómada, nem emigrante.


sábado, agosto 10, 2013

Missiva


Fico a pensar naquelas passagens que me fazem suspender a respiração, como se um suspiro fosse engolido para que conseguisse ler mais rápido. É como se fosse caminhando num trajeto de palavras, onde o acordo não tem voz, nem deixa de ter. São cumplicidades envoltas e perdidas como grãos de areia que se vão misturando com a água do mar num envolvimento que não se separa mais. É chegar todos os dias a casa, esperando que um abraço sentido nos abra a porta e se prometam mais beijos com aqueles que se dão. Por cada um, ficarão mais dois prometidos e assim sucessivamente para que nunca se acabaem.Quando se quer dar sempre beijos e ainda mais ansiar recebê-los, a continuação é perene. Que as palavras nunca se cessem, que me as escrevas sempre.

Eli

(Imagem de Eli)