Agora nem nómada, nem emigrante.


quarta-feira, junho 18, 2014

Caem-me as palavras


Foto por J. Calado




Tenho tantas saudades de mim. Não sei bem quem é esta que não tem a mesma coragem, a mesma capacidade e até parte da auto-confiança se perdeu em algum lado. Gostava que danças com planos fizessem sentido. Gostava de poder construir com bases sólidas e sim que não fosse fácil, mas que mexesse com tudo de tão bom de tão cúmplice. Como anseio por aquele beijo prometido. Não estou mais em paz, nem deixarei de pensar em mim, de me anular. Não sei como é que o verão regressa e eu sem ter a sombra de uma cadeira colorida. Deixa-me que grite onde não há montanha nem mar.

Eli

3 comentários:

Manuel Luis disse...

As vezes também tenho saudades de mim e dos beijos que deixei de dar. Chegou o verão para nossa alegria, serei o teu sombreiro.
Bj

SOL da Esteva disse...

Pois grita bem alto, no vazio do espaço, mas recusa-te a teres-te desencontrado de ti.
Quando sentimos saudades de nós, é porque deixamos o tempo (como a areia) fugir por entre os dedos. Fecha os olhos e revê a concha da tua mão, perfeitamente ajustada, cheia com a água que sentiste ser saudade, mas sem pssibilidade de a perder. Sorve-a, devagarinho.
Dizem que é Água Viva, reparadora das carências de Amor que está ali ao lado e não tomamos para nós.
O Amor, mora (sempre) ao lado.

Gostei do que li (senti).

Beijos

SOL

Nilson Barcelli disse...

Às vezes sabe bem dar um grito onde não haja ecos...
Magnífico texto, embora fale da saudade.
Tem um bom resto de semana, querida amiga Eli.
Beijo.