Agora nem nómada, nem emigrante.


sexta-feira, abril 30, 2010

Abismos

Imagem de Eli

Não me apetece ouvir o relógio a compassar aquilo que já sei. Aquele lugar abeira-se de mim e mostra-me um caminho demasiado fácil. Talvez sejam as respostas pouco nítidas que me fazem parar e olhar para o fundo de mim. Gostava de conseguir entregar uma solução a pessoas que me tocam o coração. Sinto que as minhas palavras são insuficientes, que os meus conselhos não servem para amar. Num turbilhão de histórias comuns aos filmes, encontramo-nos com a realidade e aprendemos que o futuro não existe, que só o agora vale a pena. Neste momento, somos, seguramente, resultados de um passado. Queremos a pluralidade que o sonho nos apregoa. Sonhamos com aquele beijo. Quando a luta desigual entre a razão e o coração é sangrenta, todos saem prejudicados. O eco da música inspiradora vai calando o desalento. A expectativa senta-se ao meu lado e faz-se sentir nas viagens de afecto. Ainda que o mistério perturbe a passagem entre o humor e o desejo, vislumbro uma réstia de futuro.

Eli

:)




Participação com palavras e imagem inéditas no Desafio da 
 de Abril
Tema: Abismo


17 comentários:

Rita P Faleiro disse...

Eli,

Vim agradecer a tua visita ao meu Desafios, e não resisti a comentar este teu texto sobre Abismo.

Adorei-o, cada palavra.

"Queremos a pluralidade que o sonho nos apregoa", creio que foi esta a frase que mais me marcou, sabes? Porque nunca deixamos de sonhar, e quando nos deparamos com a realidade, por vezes é duro...

E sim... só o agora vale a pena. Aproveitar o que em cada momento a vida nos dá...

Adorei também a tua fotografia!

Beijinhos

Rita

Natália Augusto disse...

Olá Eli

Que texto belíssimo! Delicio-me a ler as tuas palavras onde há poesia, ternura, verdade.

Continua a acreditar no futuro. Vale a pena.

Beijinhos

Richy disse...

E é nessa réstia de futuro que vemos o caminho que temos de percorrer no presente, para lá chegar. Há momentos em que a neblina do descontentamento e do desalento parece ser demasiado espessa. No entanto, há sempre uma luz que a consegue atravessar e rasgar e, nesse momento, basto-nos segui-la...
Segue essa luz, essa música!

Abraço caloroso.

izzie disse...

Ao amar já entregas soluções, ao ouvir, sentir e dar de ti (que és tanto e tão presente, em ambos os sentidos da palavra) já amas mais do que alguma vez poderás sentir.

Quando se é uma "Eli" é normal que as questões apareçam, cresçam, tentem abafar o importante. Mas não! Aí é o momento da revelação.
Sem tempo. É aí que o Presente se torna agora e sempre.

Que a expectativa se sente ao teu lado acompanhada de afecto e sussuros que tu sabes quais são.
Porque assim tudo terá mais sabor.
E valerá a pena subir ao terraço dos arranha-céus e simplesmente olhar "cá para baixo".

Beijinho (muito filosófico, eu sei),

Daniel C.da Silva disse...

Olá amiga

Antes de mais existe uma carga francamente poética que nos faz ler só por essa beleza. Talvez um dos mais belos que li ultimamente. Mas ficaria isto: nao somos resultado apenas do passado: somos igualmente resultado das expectativas do presente, num devir continuado que não devia levar à restia de futuro, mas a um futuro que se continua a fazer hoje, com raizes no ontem mas Eli, com folhas verdes e viçosas no hoje... ou amareladas, gastas e cairem... conforme deemos maior alvará ao futuro... ou ao presente.

Somos os dois tempos, nmas nao nos podemos considferar condicionados pelo passado. Nao deve haver excesso de realismo, mas tambem nao se devem cozer sonhos em lume brando, sabendo que um dia acabou por nao haver bolo para ninguém.

Um beijinho

Brinquinho da cantareira disse...

Eli....
Escreves tão bem , tinha saudades de vir aqui...E MUITAS!

Anónimo disse...

Isso de se vislumbrar réstias do futuro faz-me lembrar as profecias de Nostradamus e a minha previsão de ver um Benfica campeão (quanto mais não seja , de futsal)...
E o vislumbre foi agradável a ponto de deslumbrar?
:)

em_segredo

Eli disse...

Rita

Olá!

:)

De facto, encontrei o teu link na Fábrica no dia em que publiquei o meu texto do mês de Abril.

Obrigada pelo teu comentário tão positivista. Gostei e espero que voltes e te faças notar!

Sem dúvida que os valores mais altos se levantam sempre!

:)

Eli disse...

Ricky

Daqui, Eli, seguindo a música, a luz e tudo o mais que o caminho trouxer!

Obrigada pela força!

:)

Eli disse...

Natália Augusto

Que bom ler essa ternura... acredita que saboreio cada palavra que me deixas aqui!

:)

Eli disse...

izzie

Quando se ama UMA Eli?! Há mais por aí?! (lol) Eu percebi e constinuo a gostar muito dos teus comentários sempre tão teus, tão atentos!

Parece filosofia, mas a analogia tem mais realidade do que aparenta, não é?!

:)

Eli disse...

Daniel Silva (Lobinho)

Senti tanto a tua falta, que, quando li as tuas palavras, fiquei alegremente surpreendida. Espero que voltes mais vezes. O meu abraço espera-te, assim como um passeio de braço dado à beira-rio. Tão bom se viesses ao Mondego, mas parece-me que não...

Abraço grande!

:)

ana disse...

Amiga... lindo! Adorei!... speachless! :*

Eli disse...

Rambaldini

Interpreto o poder das reticências.

:)

Eli disse...

Susaninha

Tu é que transmites e ternura tão bem.

:)

Eli disse...

em_segredo

Há coisas que têm mais sabor mantidas no mistério...

:)

Eli disse...

ana

Um beijo enorme! Quero pôr essa conversa em dia!

:)