Agora nem nómada, nem emigrante.


sexta-feira, fevereiro 18, 2011

H #9

Imagem de Eli

Aceitei a sua proposta com um simples...

Eu: Sim.

Pediu-me que voltasse à praia mais uma vez e que me iria esperar. O encontro seria pela madrugada, ao raiar dos primeiros beijos do Sol na superfície do horizonte.

Quase não dormi com a excitação do encontro. Era inevitável.

Pelo nascer do Sol, brindou-me com o seu sorriso radiante, quase tímido, mas muito generoso.

Estava à minha espera. Por uns instantes pensei que nem devia ter vindo. Deveria vingar-me e fazê-lo esperar tal como me tinha feita outras vezes. No entanto, eu queria aquilo e se nunca tinha fugido que realmente queria, não havia de ser daquela vez.

Rodeou-me a cintura com os braços e estremeci.

Passámos horas ali. Ele tocava na minha pele como se de seda se tratasse. Primeiro, coloquei as palmas das mãos viradas para cima. Ele colocou as dele viradas para baixo, sem me tocar, só para sentir a energia da aproximação. Inexplicável.

Não sei bem porquê, aliás, nunca sabemos, começou a doer-me a barriga. Primeiro, foi apenas um desconforto. Depois começou a piorar e tive que falar. Expliquei-lhe que não me estava a sentir bem. Fomos até à praia, mas estava tudo fechado. Que precisava de uma casa de banho urgentemente. Comecei a transpirar. Já não via bem. Passado algum tempo, tudo o que via na rua, desde os caixotes do lixo às pouscas pessoas que passeavam no calçadão provocava-me alucinações. Comecei a imaginar coisas irreais, imagens de situações que já tinha lido eram projectadas. Eu sabia que tudo aquilo não estava ali, mas não conseguia evitar. Era um estado de loucura tal que tive que lhe dizer para me deixar ir embora. Ele não me queria deixar sozinha. Então, lembrou-se de uma casa de banho do outro lado da praia. Só a parte dos homens é que estava aberta. Que situação tão constrangedora. Ele ficou a guardar a área e eu lá fui.

Enfim, nunca tinha imaginado que aquilo poderia acontecer. Lá se foi a magia toda... pensei.

Eli

8 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Espero que pelo menos ele não tenha ficado demasiado perto do WC e ouvisse os sons, aí é que nem o Luís de Matos salvava a magia.

Beijoca!

mfc disse...

Há situações tão perturbadoras que nem é bom nos lembrarmos delas!

soninha disse...

Oi linda! Um belo texto.Obrigada pela visita.abçs

Eli disse...

Rafeiro Perfumado

Está atento aos próximos desenvolvimentos, já sei o que vou escrever.

:))

mfc

Mas a vida é assim mesmo. Cheia de perturbações e pormenores que nos torna incansáveis!


soninha

Obrigada também!

:)

Pedro Gaivota disse...

"No entanto, eu queria aquilo e se nunca tinha fugido que realmente queria, não havia de ser daquela vez."

Tens a certeza???
Não estarias antes a cag... para o rapaz???
Isso é que foi servir a vingança fria... Ou melhor quente e liquefeita...

Estou com a sensação que este meu comentário, também é um comentário de m...

;)

Eli disse...

Pedro Gaivota

hehe

Isto é uma história, mas a tua interpretação teve a sua piada!!!

heheh

:)

Anónimo disse...

Houve um desiquilibrio intestinal causado por fortes emoções. De um modo um bocado estranho , se pensares bem no caso , também há aí alguma magia.
E ele a guardar a porta do wc, tal e qual cavaleiro andante a proteger a sua dama , opá isso é mágico. :P
:))


em_segredo

Eli disse...

em_segredo

Uma pontinha de realidade na ficção?!

:P