Agora nem nómada, nem emigrante.


quinta-feira, março 27, 2014

Abraços

E eu vivo num mundinho de sobrevivências onde sorrir, falar alto, ser-se o eu de cada um tem que estar camuflado, tenho que estar quase sempre a quase pedir desculpa porque eu preciso da merda do trabalho, de passar os míseros recibos verdes e repetir-me. Gostar do que faço, apaixonar-me momentaneamente por um momento do meu dia soa quase como se fosse um acto ilegal. Quero mais também. Quero que não se finja todos os dias que não estamos com mais seres humanos no metro. Gostava que não tivéssemos que ter uma circunstância plausível para simplesmente falar com pessoas, com humanos. Só queria poder fazê-lo sem parecer louca e ser logo julgada. Há uma frase por aí que diz "se levantares os olhos do telemóvel, reza a história que vais encontrar pessoas e ver árvores...". A verdade é que Lisboa tornou-se grande demais para tanto que queria ser. Não devo culpar os outros, mas cansei-me de coisas dessas.

Comentário a este texto de um dos meus blogues preferidos.

Eli

2 comentários:

Buxexinhas disse...

Muitas vezes temos de andar camuflados... Eu aqui finjo muitas vezes que sou 'burra'. É um acto de defesa. Tu és o que És. Se as pessoas não te 'aceitam' é porque não te merecem... ;) Um beijinho grande e um abraço maior

Eli disse...

Buxexinhas, foram pessoas habituadas ao pouco, ao menos, ao controlo (controlar ou ser controlado) que ser-se intenso, ser-de sobretudo humorado foge da regra e do limite. Só que não vivo dentro de uma gaveta. Mesmo que lá caiba, estou sempre a espreitar!...