Foto de EliNão sei bem porquê...
Não sei porque é que sinto uma manhã como se não existisse, não sei porque sinto uma mancha na minha levitante e constante felicidade... Não sei o porquê da minha forma estranhíssima de ser... e não sei o porquê de quem não me pode compreender...
Passo horas a fio tentando descodificar os sinais que já me enganaram outrora... Aquelas coincidências que me disseram que o Amor vinha aí, mas, afinal, era - outra vez - o coração a sonhar sozinho com a capacidade de voar sem asas. Não quero asas. Já voei com elas. Não gosto de voar, agora. Só queria flutuar... às vezes consigo lá chegar com uns sorrisos que nascem de mim, vindos de pessoas que não me deixam descer mais.
Quero um pedaço de nada para transformar em tudo e, quando falei em "ti", em "tu"... não sei... também... again...
Volto, de novo, a pisar espaços, a tentar algo que me leve para a mesma forca... Mas, não sinto. Não consigo. Anseio mais os medos que as realizações.... e, antes dos medos chegarem, já estou a especular o SENTIR. Sinto, mas não sei.
Perco-me em fotografias que recolho dos momentos de solidão em que estou acompanhada... desnudo-me perante palavras e sentimentos e lágrimas e confiança... e não tenho nada do que me preenche no fundo, no sonho... e, se tivesse, provavelmente já não teria... estrago tudo, nem que seja por ter sido como quisessem que fosse. Pois, eu assim sou e assim fico e... Não sei!
Mas... quem me manda tentar saber o que não é próprio da sabedoria... Ah! Por isso é que nunca dá certo... por mais que seja pensadora, nunca...
E... também não tenho o sonho, apesar de sonhar... pouco. Nem sonseguiria deixar de o fazer...
Não existem ondas que me façam voltar a ver o horizonte, porque vejo apenas o mar e o céu. Vislumbro as espectantes nuvens, mas não lhes digo nada. Elas que me digam a mim!
E... às vezes, mordo o lábio e largo umas lágrimas num silêncio que nem os escolhidos têm conhecimento... Não sou nenhuma dessas lágrimas... mas anseio sê-las, porque, ao caírem, cairiam também pedaços de mim que ainda me fazem sentir assim... tão miserável, tão fora da poesia...
E largava aos lábios esta última gota...
Veria então... um pôr-do-Sol não só meu e dos que me querem... mas de um Nós... que teima em deixar-me fora... e... não sei...
Eli
:')
(
Escrito parcialmente ao som desta banda sonora http://aladiah.blogspot.com/)