Agora nem nómada, nem emigrante.


quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Inspiração

Imagem de Eli

A partir deste momento, este blogue terá música, caso a queiram ouvir. A sugestão vai para a minha música preferida, a que mais me inspirou em todos os tempos deste blogue e não só...

Ofereço-vos este momento com as palmas das mãos abertas em retribuição de tudo o que me têm dado.

Sorrindo ternamente...

Eli

H #6

Imagem de Eli

Nessa noite, distanciei-me de mim. Não queria mais sonhar. Afinal todos os meus sonhos de amor tinham sido sempre ultrapassados por faltas e não, não queria mais... durante muito tempo não queria mais. No dia seguinte, estava a trabalhar, a sua voz entoava por momentos e eu procurava sempre distanciá-la, embora fosse muito difícil. Não voltaria a procurá-lo. Imaginei-o sem vontade de me ver. Assim era mias fácil. Arranjar um mecanismo. Não queria ser um peso. Sentia-me responsável por uma aproximação e agora tinha que procurar o afastamento... mas, assim, também a dor.

Tinha acabado de chegar a casa e, enquanto descalçava os sapatos lentamente, recebi uma mensagem:

H : Espero-te.

Hesitei.

Massagei os meus pés - fingindo para mim mesma que nem estava interessada - enquanto o meu coração batia depressa e queria ir ter com ele. Eu queria pensar devagar, tomar a decisão de não ir, muito calmamente...

Mas...

... quando dei por mim, estava já calçada e corria para a porta. Impulsiva, sempre!

"Só sei ser eu" - pensei.

Agarrei nas chaves e em menos de cinco minutos já conseguia vislumbrar aquela imagem vermelha. Sentia o mar e vislumbrava cores quentes.

Ele, quando me viu, fitou-me com o olhar e pediu-me que se sentasse a meu lado.

H : Queres que tire a máscara?


Eli

:)

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Isolada

Imagem de Eli

Não ouso ser uma princesa, nem sequer sonho ser raínha. Como seria possível complicar ainda mais as metades das músicas que me enviam?! Sem o preto e o branco, calco o cinzento e vislumbro o verde por momentos. Entes, coisas, sonhos... tudo povoa o meu tempo numa fé mais do que provável, certeira, certa. Emociono-me sem saberem. Deixo que os meus olhos sejam vistos de perto por lentes tentadoras. E os pensamentos ficam. Não fogem. Estão. Não sei bem o que faço, ou o que fazer. Mas, como disse uma amiga em tempos "não descartes nenhuma opção". Neste momento, não tenho nada, mas tudo sorri à minha passagem.

Eli

:)


domingo, fevereiro 06, 2011

H #5


E os dias foram passando. Uma semana... e nada. Eu não conseguia esquecer-me por mais que tentasse. Remendava o meu coração entre a palpitação e os batimentos secundários. Esperava.  Desesparava. Nove dias depois, ele apareceu com aquele sorriso do costume. Quase sem máscara, confessou que se tinha lembrado de mim, na ausência, explicando-se logo com uma urgência familiar.

Eu não podia cobrar... embora tivesse uma enorme vontade de o fazer, não optei por esse acto castrador. Ele resolveu contar-me sobre a sua vida. Fiz-lhe algumas perguntas que nunca tinha feito. O seu estado civil começou a ter um grande peso. Então, lá fiz essa questão um pouco a medo e ele ofereceu-me um silêncio inquietante...

H : (...)

Pela primeira vez, fiquei sem saber o que dizer. O meu desespero fez-me pensar que ele era casado e aquela dança em que mergulhei teria que parar imediatamente. Senti-me traída e comecei a imaginar uma família por detrás das suas ausências. A sua música, que ainda entoava na minha cabeça, parou finalmente, diante daquela escuridão. Mil pensamentos, mil hipóteses. Então, pegou na minha mão e, uma lágrima escapou-se dos seus olhos quentes de mel.

H : Viúvo.

Foi nesse momento que engoli em seco todas as minhas palavras ocas, todas as minhas dúvidas existenciais, todo o meu sofrimento. Respeitei o seu silêncio. Soltei a mão.

Olhei em volta, senti o lugar. Havia muita gente à nossa volta. Os casais passeavam de mão dada, as famílias sorriam à volta das crianças e eu, voltava a ser eu. Descalcei-me e fitei as ondas com os pés.

Eli

:)

sábado, fevereiro 05, 2011

"Angel"

Partido


Às vezes, uns segundos fariam toda a diferença.

Eli

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

H #4

Imagem de Eli

Ainda que o sofá vermelho tivesse perdido a cor, eu preferia mil vezes os nossos passeios à beira-mar. Foram três dias seguidos. Ele procurou-me e eu deleitava-me com a sua presença.

Trouxe a guitarra e tocou para mim.

H- Querida...

Eu sorri e deixei-me ouvir. Deitei-me na areia. Via apenas o céu a escurecer mais e mais pela madrugada. Não proferi qualquer palavra. Só queria sentir, sentir, sentir. Chorei de tanta emoção. Parecia que aquela canção tinha sido escrita para mim. Enquadrava-se perfeitamente.

Mas, nunca quis aquela perfeição, a dos outros. Apenas a minha imperfeição feliz.

No dia seguinte, não esperei pela sua mensagem, como nos outros dias. Estava tão ansiosa, que fui a correr até àquele lugar... O nosso. Quando lá cheguei, desenhei um coração enorme no chão. Sentei-me dentro dele e esperei. Esperei tanto, até que o meu próprio (coração) se sentisse pequeno fosse perdendo pedaços no meu caminho de regresso a casa. Fiquei a pensar nas modernices. Aquele pedaço de papel onde ele podia escrever uma mensagem para eu ir ao seu encontro, não tinha o outro lado. Não podia ser eu a enviar a mensagem. Senti-me ridícula, inútil. Fiquei com aquela música que me dedicou... Parecia que estava sempre a tocar dentro da minha cabeça. Eu queria calá-la, mas não conseguia.

Eli

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

À Loucura, À Luxúria

Imagem de Eli


Escorrias baba


Escorrias desejo

Tudo à nossa volta rodava

E eu mordia-te o beijo



Um arrepio puxava-me as veias

Num orgasmo de êxtase

Os sons mudos perdiam-se

Um comboio passava e gritava



Em cada sílaba um toque

Em cada suavidade, paixão

Esquecer a ravina, o perdão

Entrar num espiral de choque



Entrego-me à loucura, à luxúria

Esquecida pelos momentos de fúria

Esqueço-te, amargamente, salvando-me

Mantendo o desespero dos corpos.



Eli Rodrigues



:)

Texto escrito para a Fábrica de Letras.

Tema de Fevereiro: Loucura

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Apoio



Muito obrigada pelos comentários que têm feito neste blogue, mesmo quando não mereço. (É quando mais preciso!) Este blogue é uma parte de mim e, como cheguei a dizer num jantar de blogueiros, ele está sempre lá. Nesta caso, cá. Embora eu esteja em  constante mudança... daí o "Eu sou nómada"...

Então vou voltar a responder aos vossos comentários!

Eu sei que nunca devia ter deixado de o fazer, mas às vezes a inspiração fica bloqueada e, como escrevo sempre o que sai, não me saía nada... embora tivesse muito a dizer, como sempre. Peço desculpa a quem esperava uma resposta (podem cobrar).

Eli

:)

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Idade

Fotografia por Eli


Tempo.
Eu não contei a passagem das rugas, tu?

Apraz
Há um deleite em cada som, cada silêncio

Vai
Volta sempre, assim, constante.

Muito.
O amor, só o Amor não é demasiado

Quero
Não espero. Creio.

Ainda que as rugas façam muitos olhar de lado, já todos as sentiram no seu coração. A passagem de cada um... o baú com as experiências sentidas em cada gota de sangue investida... Ainda eu. Os sorrisos pequenos e grandes fazem-nos esquecer o preconceito. Idades à parte, somos só nós. Um por um. Não deixas de ser tu, eu sei. Eu soube logo.

Eli

:)

... Nem...

Fonte da imagem

Talvez nem valhas nada e eu estarei para aqui a encurtar as frases para que me pareçam agradavelmente imperfeitas. Atitude, preciso de ti, imediatamente. Ora, de que vale sonhar com guitarras se as palavras soam a um fingimento descarado?! Poderei eu continuar neste impasse se a dedicação tarda no meu corpo...?! Ela fica-se na ténue margem entre o creme e o perfume...

Eli

:)

sábado, janeiro 29, 2011

H #3

Imagem sem fonte


Era Segunda-feira. Eu estava já cansada de tantas noites à sua procura. Entrava naquele lugar cada vez menos estranho para mim, mas com todos os desconhecidos do costume e outros... Foi nessa noite que ele apareceu. Desta vez, menos misterioso, menos... menos... não sei. O que eu senti quando vislumbrei sua sombra consistia num misto de ansiedade e desejo. Vontade de cobrar-lhe as horas que passei ali sem ele. No entanto, apenas lhe referi que a grande pergunta que trazia para o nosso encontro marcado já não seria feita. Ele questionou várias vezes... queria saber qual era a minha curiosidade. Não lhe disse.

Entretanto, a noite voltou a ficou mais densa e deixei-o ali. Pensei que não valia a pena sonhar com alguém que oscila entre o mistério e as aparições pouco explícitas. Dei-lhe um papel mágico e pedi-lhe que, para não me fazer esperar mais, quando voltasse, escrevesse nesse papel e eu receberia as suas suas palavras. Surgiria, como por magia, ali mesmo, no sítio do costume. Ele achou tudo aquilo muito estranho, mas percebeu que eu não voltaria mais para aquele sofá vermelho para ficar simplesmente à sua espera. Mesmo assim, confirmou:

H - Mas tu vens só por minha causa.
Eu - Sim.

Assenti a verdade. Para quê escondê-lo?!

No dia seguinte, procurei algum tipo de resposta numa caminhada pela luz da lua, numa rua qualquer, não minha, nem de ninguém. Já não estava para me dar ao trabalho de esperar.

Foi então que ele me enviou o seu pensamento mágico, que recebi com entusiasmo.

Convidou-me para ir ver as estrelas. Estivémos lado a lado. Reparei que os seus olhos eram cor de mel. Embora, ainda usasse a máscara, já não me importava, já nem reparava. A sua presença bastava-me.

Eli

:)

quinta-feira, janeiro 27, 2011

"Não compreendo as mulheres"


Não é que ele precise de PUB ou de publicações a seu favor, mas eu tenho que divulgar este blogue. É um dos únicos que leio todinho de fio a pavio! Gosto da blogoesfera... e gosto principalmente da partilha que efectuamos.




respostas a perguntas inexistentes (119)

"Os abraços não são todos iguais. Há abraços equilibrados e desequilibrados. Nos abraços equilibrados ambas as pessoas se abraçam uma à outra, nos abraços desequilibrados há uma pessoa que abraça e outra que é abraçada. Todos esses abraços são um bem precioso, porque apesar de diferentes há uma coisa que os une: o impulso. Os abraços nunca nascem de um pensamento ou de um costume social, como por exemplo alguns beijos. Nascem de um impulso, de uma vontade. Gosto de abraços por isso e pelo calor que lhes é inerente.

Acho que divido todas as pessoas que já conheci no mundo por dois grandes grupos: o grupo das pessoas que já abracei e o grupo das pessoas que nunca abracei e, mais do que isso, acho que um Amor se torna impossível quando nele já não há abraços. E repito: mesmo que existam beijos.

O abraço é o ninho do Amor. É um agasalho quando nos sentimos despidos da vida e dos outros e, como tal, um bem inegociável. Nunca ninguém pagou para ter um abraço, ainda que possa, por exemplo, ter pagado para ter sexo. O sexo pode ser fingido, um abraço não. E repito: um abraço não.

Um aeroporto é um local de muitos abraços porque é também um local de reencontros. Acho que é por isso que gosto de aeroportos. Mas as estações de comboio e os terminais de autocarros também o são. Hoje fiz uma viagem de comboio em frente a uma mulher que se abraçava a si mesma. Quando o comboio chegou à estação de destino percebi que esse autoabraço não era mais do que a ânsia de um outro abraço: o do namorado dela para quem correu mal as portas abriram. Ficaram ali abraçados como dois náufragos à deriva num mar de gente só. Alguns olhavam-nos de soslaio, outros talvez com a nostalgia de abraços que nunca mais voltaram a sê-lo, mas eles não ligavam. É que um abraço também tem esse poder: o de isolar duas pessoas do resto mundo. "

Bagaco Amarelo

Boas leituras e sorrisos.

Eli

domingo, janeiro 23, 2011

Acrescenta-me um ponto!

Fonte da imagem


Esta rubrica surge da necessidade de renovação e intensificação do espírito de unidade e imaginação da blogosfera e pretende que cada um dos bloguistas seleccionados seja autor de um parágrafo de um texto realizado em conjunto por vinte bloguistas.

Assim, passaremos a enunciar as seguintes regras:



Regras da Rubrica "Acrescenta-me um ponto!":

1 - O texto, constituído por vinte parágrafos, terá início no blogue "O Sabor da Palavra" (http://osabordapalavra.blogspot.com), segundo o seu autor Gonçalo Cardoso.

2 - Cada bloguista terá direito a um parágrafo do texto com o máximo de cinco linhas.

3 - Após a realização do parágrafo respectivo, cada bloguista terá que seleccionar outro bloguista que cumpra a continuidade do texto, segundo as regras mencionadas.

4 - Cada bloguista terá o limite máximo de três dias para realização do parágrafo, estando sujeito a desclassificação da rubrica e seleccção de novo bloguista por parte do seu autor.

5 - Cada bloguista assinará o seu nome e respectivo blogue na lista dos participantes.

6 - O último participante ou autor do vigésimo parágrafo, finalizará o texto e partilhará com o autor do blogue "O Sabor da Palavra" para a sua divulgação no blogue inicial.

7 - Sejam criativos.



E tudo começa assim...

"Ao fundo ouvia-se o barulho dos pescadores na lota de Aveiro . Mais perto a maresia de Agosto percorria o nosso rosto e o teu sorriso revelava o reflexo da luz solar sobre o mar. A areia fina e molhada envolvia os nossos pés e, de frente um para o outro, estendias-me a mão salgada e preparavas-te para a mais doce revelação..."
Pensava, enquando o Sol de punha diante dos nossos olhos... Quão bela é profundidade de um sonho?! Tiveste medo. Não te revelaste. Mais uma vez, o tempo esvaía-se nas pegadas que se apagam. Tal sangue, tal sofrimento. Larguei-te a mão e prometi a mim mesma que nunca mais ficaria à espera. Chamaste por mim....





Lista de Participantes:

1 - Gonçalo Cardoso (O Sabor da Palavra)

2 - Eli (O Amor Acontece?) Dantes "Isso Agora... :)" ou "Eu Sou Nómada"!...

3 -

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18 -

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20 -

 
 
Sugiro que a Ana (Construir Sorrindo) escreva o próximo parágrafo.
 
Eli
 
:)

sábado, janeiro 22, 2011

Tudo



Só porque sim.
...porque quero...

Tudo.


:)

Eli

quinta-feira, janeiro 20, 2011

H #2

Imagem de Eli


Continuação de H...

Nos dias seguintes, entre a azáfama do Natal e os preparativos para as festas pontuais marcadas, fui passando menos vezes pelo lugar que tocava aquela música. No entanto, quando me lembrava do tal sítio, depois de horas de trabalho a fio, lá ia eu, mas nunca mais o encontrei.

Procurava o H com o meu olhar atento, no último lugar onde o tinha vislumbrado de costas, naquela (última) vez. As nossas duas conversas foram-se esbatendo da minha memória e passou Dezembro. Porém, aquela voz terna nunca se esbateu. Desviei-me da realidade por vários momentos para relembrar e, quem sabe, se algum dia o iria reencontrar...

Logo no início do ano seguinte, ainda na primeira semana, fui ver o mar. Que saudades de uma temperatura amena! Parecia que era uma noite de Verão. Entretanto, ouvi a música ao longe e lembrei-me dele. Por que não flutuar entre o sonho e a areia? Pegadas ao caminho e, ainda descalça, entrei. Ele não estava, pareceu-me.

Deixei-me ficar e, desta vez,  um simpático cavalheiro que, ao ver-me chegar, dirigiu-me a palavra numa conversa circunstancial...

Entre um bocejo e uma tentativa de me isolar a um canto, encostei-me ao parapeito da janela. Sentia o ar fresco a bater-me no cabelo. Perfumava-me...

Ouvi um suspiro:

H - Boa Noite.

Eu - E...

O cavalheiro percebeu que o homem que estava à janela a falar ao meu ouvido, me tinha feito paralisar e eu tinha desligado do assunto, embora respondesse automaticamente. Voltei-me e vi-o.

Tinha uma máscara.

Pediu-me que saísse. Fui para a varanda, sentámo-nos a ver as luzes ao longe, a sentir o nevoeiro na face...

Voltámos nos dois dia seguinte e combinámos um outro encontro. Ele apareceu. Teve que ir fazer um recado (o trabalho, sempre o trabalho) e voltou ainda nessa mesma noite. Esperei. Valeu a pena.

Eu ia dormir sorridente.

Ele vinha sempre de máscara. Não abdicava de disfarces.

Eu andava tão motivada com as nossas conversas que fiquei ansiosa pela última data marcada.

Não apareceu.

Voltei no dia seguinte, não apareceu e no outro, não apareceu e no outro, não apareceu...

Eli

terça-feira, janeiro 18, 2011

Revelação



Não sou cor de rosa, nem pequenina.

Eli


domingo, janeiro 16, 2011

H






(Imagem sem fonte)




Numa perspectiva futurista, acrescentei mais umas palavras, pitadas de imagens e... e... um sentimento mútuo e profundo.


Todos os dias, caminhava pela praia, sentia a areia debater-se debaixo das minhas botas. Lembrava-me de como gostava daquele mar assim, calmo de Inverno... de como cada brisa fosse um beijo e cada brilho e cada estrela fossem um presente de Deus para mim. Ouvia sempre uma música lá longe. Um dia, aproximei-me do edifício e resolvi entrar. Parecia um bar daqueles... onde nos sentimos em casa. Tinha tanta gente a conversar animadamente! Vi que cada um que entrasse era acolhido pelos outros e as conversas fluiam. Olhei em volta e parecia que se tratava de um sonho. Falávamos para todos e ninguém se conhecia! Ao fazerem-me perguntas banais, fui respondendo um pouco cabisbaixa. Não tinha grandes motivos para me alegrar nesse dia e não estava disposta a fazer o menor esforço. Então, ouvi uma voz... era masculina e chamou-me à atenção pelo seu tom seguro. Parecia um porto firme, como aquele que vira há poucos momentos e que bebia água do mar. Queria saber de mim, das causas do meu estado psicológico. Acabei por não responder, desviando a conversa. Pediu-me que não o olhasse. Assenti. Tudo era tão estranho. Acabei por me sentar no seu sofá gasto, vermelho, junto a ele e ficámos assim. As luzes apagaram-se e todos sairam... Ambos permanecemos, sem nos tocarmos. Trocámos palavras e... quase sem se despedir, saiu. Vi-o de costas e sabia que o iria reconhecer quando voltasse a ver aquela sombra. Será que voltaria a encontrá-lo?!
Fiquei a pensar na nossa conversa, assim como o que aquela voz me tinha feito sentir.

Na noite seguinte, ao regressar àquele mar imenso e suspirar um pouco.... esquecendo um pouco a tristeza com o aroma do sal...

Ao ouvir a música, aproximei-me daquele local e, quem eu queria que tivesse também voltado, estava de costas, sentado numa mesa mais adiante.

Não sabia se era ele. Tive medo de confundir as sombras. A claridade era praticamente nula. Voltei a sentar-me no mesmo sofá, o vermelho. Fiquei ali perdida entre as conversas alheias e a minha vontade de que fosse ele.

H: Boa Noite. Estás melhor hoje?

Suspirou-me ao ouvido.

E eu fiquei logo a pensar que aquele que estava de costas quando entrei, já me tinha visto e dirigiu-se a mim, enquanto eu estava distraída. Colocou-me uma venda e conversou comigo mais uma vez. Não sabia nada dele, apenas a sua respiração e a preocupação me fizeram pensar que seria ele. Poderia não ser, poderia, mas eu senti que fosse.

Não o voltei a encontrar, embora lá tivesse voltado algumas vezes.

Mas, como encontrar alguém que nunca vimos antes?!

Eli

:)

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Chama



Antes que o fogo se apague, a música deixe de fazer sentido e a inspiração evapore... hei-de contar uma história.

Eli

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Sustem

Imagem de Eli

Dei por mim a pensar que não queria falar ou ouvir quem quer que fosse. Ainda tenho uma nódoa negra na minha mão esquera. Já não é tão visível, já nem sequer me dói. Já não me lembro muito dela. No entanto, recordo-a assonciando a uns dias difíceis. Eu tentei que eles fossem bons e proporcionassem algo de melhor a alguém... mas... em vão. Então, eu não aguento. Sim, eu sei. Quando me perguntam se estou bem, eu respondo: "aguento-me", "vou andando", "estou bem" e estou, mas é quando não me deitam mais abaixo, quando não me põem em causa a réstia de equilíbrio onde me agarro. Preciso de mim como sou e dos que gosto sem que me relembrem o que não quero lembrar. Perdi a paciência para coisas sem importância e estou sem vontade de me reerguer mais do que isto, mais do que esta normalidade que me sustem.

Eli

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Voltar

Imagem de Eli

Deixei de ser convencional, sabias?! Já não uso o preto no branco, nem o branco no preto. Sou tão mais, tão eu e estou tão cansada. Sinto-me assim, suspensa. No entanto, vislumbro a fonte dos meus sorrisos, aqueles que só eu entendo. Uma miragem, um sussuro, uma miragem, um murro... no destino que se entediou e resolveu transformar a tua Estrela na minha companhia. Atenta. As maiúsculas que quero que permaneçam vão sendo gravadas na minha memória. E... hoje li-te, mais uma vez. Saberás que estou contigo?! A retórica não perdoa neste espaço tão longo, tão profundo, tão inspirador. Calcarei uma areia molhada pelas lágrimas do passado para que me possa reerguer. São estes pedaços de amor que eu preciso, esta esperança, esta ansiedade que me percorre as veias e me faz esquecer tudo... e... ao mesmo tempo querer lembrar-me desse tudo por te querer contar.

Eli

:)

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Passou

Imagem de Eli


Não passou o Natal, mas passou o negativismo. A onda má foi varrida da minha alma. Hoje, decidi que consigo. Voltei a ser eu. Não há quem me derrube. O entusiasmo voltou. A depressão foi banida. Sento-me no parapeito de uma janela, encosto a cabeça. Nem faz frio, nem calor, encontro-me em paz.


Quando fiz a minha árvores de Natal, tinha outros sonhos, outras ambições, agora impossíveis. No entanto, abandono-a, porque o Natal não são coisas, mas eu com o espírito de agora e de outrora à lareira.

Eli

:)


terça-feira, dezembro 21, 2010

apagou-se o raio da luz





























































































segunda-feira, dezembro 20, 2010

A Luz ao Fundo do Túnel

Imagem de Eli

A derrocada, a salvação, a... eu. E num caminho imaginário, nunca me tinha recordado assim, tão desprovida do tanto e do pensamento alto. As companhias salvam-me de momentos maus, meus... E entretanto, consegui ver uma "luz ao fundo do túnel". Só peço para que não aconteçam mais coisas tristes. Já me basta esta onda onde me vejo ser levada... como se estivesse debaixo de água sem conseguir respirar. O fôlego falta-me e o trabalho esbate um pouco, fazemdo-me esquecer de mim. É intenso... custa. No entanto, ainda há um pedacinho de esperança ao qual me quero agarrar com todas as forças.

Eli

domingo, dezembro 19, 2010

Natal...




Era sobre qualquer coisa relacionada com o Natal. Já não sei como o descrever. A minha energia já nem gera boa disposição. Mas eu tento. Ainda há pouco pensei em como mudei neste último ano. Não, não faço balanços, porque a vida não pára que eu possa pensar. Já era suficientemente mau. Agora, pronto, é o que é.

Eli

quarta-feira, dezembro 15, 2010

...

Imagemdaqui

Eu não merecia isto, juro.


terça-feira, dezembro 14, 2010

Natal dos Bloguistas #2




O Texto:

Aviso já que fora a primeira frase, não se aproveita nada deste texto. Deve ser dos piores que já escrevi até hoje. Acho que ando a ficar muito clara no meu modo de escrever.

Gosto muito do Gonçalo, grande amigo, daqueles que até já parece família, de tal forma que discutimos e dizemos o que pensamos sem qualquer preconceito. Enfim, mas falta-lhe aquela qualidade (comigo) que se chama pontualidade. Eu sou uma pessoa pontual em qualquer tipo de compromisso (quer social, quer profissional ou até pessoal). Então, fico irritada quando tenho que esperar por alguém. Cada minuto que passa é um agravar do meu estado de espírito que dantes estava bem melhor... No entanto, como já sei o que a casa gasta, acabei por relaxar e desta vez nem fiquei mal-disposta. Entretanto, chegou a Cat e lá fomos em direcção a Lisboa! Mesmo com GPS foi dificíl encontrar as outras duas blogueiras a quem o Gonçalo prometera boleia. Relembrei, mais uma vez, de uma razão para não concorrer para Lisboa - o trânsito.
Entretanto, chegámos mais uma vez (quase duas horas) atrasados! Eu senti logo à partida, que tinha ficado no lugar "menos sociável" (citando o Rafeiro). Passo a explicar:

0 S X X X X X X X X X
E C X X X X X X X X X

E - Eli
0 - Fantasma

Numa mesa comprida, em que (praticamente) toda a gente tinha uma pessoa de cada lado e outra à frente, eu apenas tinha uma pessoa do meu lado direito, que já conhecia (C-Cat). A pessoa (S) que estava à frente dela foi a única que fiquei a conhecer de alguma forma e ainda nos rimos. Senti-me bem com elas, mas acho que poderia ter aproveitado mais. Não venho para aqui fazer queixinhas.

O restaurante era bonito. À chegada cumprimentei todos os presentes com dois beijinhos, coisa que nem costumo fazer. Com os meus amigos costuma ser um aceno e um olhar geral. Apenas cumprimento quem se dirige a mim. No entanto, como não conhecia as pessoas com quem me ia sentar a jantar, resolvi cumprimentá-las.

Ao sentar-me foi-me colocado um prato de sopa. Conheci um novo sabor. Nesta caso, "primeiro estranha-se, depois entranha-se". Seguidamente, fui conversando com as pessoas mais à direita, mas mal as ouvia, por isso, desisti pouco tempo depois. Creio que ela vai criar mesmo um blogue!

Ora, quando serviram o prato principal, tive a maior desilusão, o que me fez ficar um bocadinho menos disposta. Nunca pensei que isso me fosse afectar. Em todos os outros jantares, nunca pensei muito na comida, estava tudo bom. No entanto, tinha andado a brincar com o facto de levar uma sandes de frango e olhem que senti bem falta dela!

Gostei do crepe, mas não dos acompanhamentos. Entretanto, comecei a ver umas fatias de bolo de chocolate, ali mesmo atrás de mim então achei que o suminho e a sobremesa iria salvar a barriguinha! Quando chegou a altura de a saborear, descobri que não era aquela a minha sobremesa, mas outra com um aspecto manhoso, para o qual os meus olhos não estavam preparados. Logo, perguntei se podia trocar, mas não só não tinham para o número de pedidos (reservas) como não havia a mais para mim, mesmo que eu quisesse pedir uma à parte. Penso que esse serviço deixou muito a desejar.

Enfim, ao menos tivemos Música ao vivo tocada só para nós, o que não é todos os dias!

Lá contribuí, novamente, para o Banco Alimentar, desta feita com uma garrafa de azeite e duas de atum.

Finalmente, houve troca de prendas e eu sonhei que pudesse ser comida. Desta vez acertei. Recebi um chupa-chupa com direito a dedicatória, cujo está na fotografia. Só não sei quem o ofereceu, por isso, quem foi que se acuse para eu agradecer.

Lamentámos o facto de não termos feito maior alusão aos blogues. Acabou por ser um jantar pouco blogueiro. Também não senti o espírito natalício, mas tudo isto é só culpa minha.

Achei piada a um blogueiro que me reconheceu dos tempos de estudante em Viseu, coisa mui insólita e inesperada.

Também a Elvira tem amigas em comum comigo, cujo facto tínhamos descoberto uns dias antes do jantar!

Serei muito conhecida?! Só espero que quando escrever um livro, todas essas pessoas e muitas mais o comprem e divulguem! (Não, Rafeiro, não te quero roubar popularidade!)

À tarde, recebi uma mensagem da Izzie que me pediu para contribuir com as minhas gargalhadas no jantar. (Não era preciso pedires!)

Durante o jantar, lembrei-me várias vezes da minha amiga Ana. (Depois posso explicar porquê.)

Bem, logo a seguir, seis dos dezanove, os resistentes, fomos comer um pãozinho com chouriço!

Concluímos a noite com dança e sorrisos...

Regresso a casa, distrito de Leiria... e adormecer já quando o dia tinha começado. Depois, tinha dito que acordava à hora X e não consegui sair da cama... lamento. Obrigada pelos pormenores, pelos gestos de afecto e por tudo o que me deram, pois foi muito mais do que eu ofereci.

P.S. Como sabias que eu era a mais atraente?! (hehe)

Eli

:)

sábado, dezembro 11, 2010

Medinhos

Imagem de Eli

Solto aquele medo. Está bem, "medinho", porque nada me afugenta assim tanto. Calco umas pedras deste chão e já penso que sou gente. Ainda tenho tanto que desbravar. Este terreno está inerte. Preciso de mais. Gostava de saber por que é que os momentos melhores são sempre os mais fugazes.... Já nem me dou ao trabalho de perceber, de agarrar, de puxar... deixo-me ir, como se fechasse os olhos e me deixasse cair num vazio, à espera que me puxem novamente. Reabro os olhos e sinto uma mão a puxar-me, deixo-me levar por essa noite, quando volto a observar o envolvente, já não me envolves. "Depois comunico". Pois sim, vale mais filosofar com a ideia de uma anilha perdida num dedo de outrem. Encontrar pessoas simpáticas e normais é um factor positivo. Gosto do respeito, da igualdade, do muito. Como consegues fingir um momento tão... e torná-lo fugaz ao virar de uma página?! Ao menos, assim, escrevo.

Eli

:)

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Solteira

Imagem de Eli


Sim, eu ainda me emociono. Sim. Às vezes, parece que me arrancaram o órgão dos sentimentos e que me consigo distanciar de tudo o que me faz parte. Há momentos que não entendo por que não desato num pranto. Aprendi a ser silenciosa, quando corro o risco de não conseguir falar... Hoje, com pessoas que conheci recentemente, consegui sentir-me envolvida. Às vezes, estou perto de pessoas que já conheço há anos e não sinto a mesma disposição e à vontade. Apetece-me conhecer mais e mais pessoas assim e deixar-me sentir bem no meio delas. Cada um falava da sua história. Uma que casou mais de trinta anos, outro que casou no ano passado. Um que esteve casado cinco anos e outro que vai casar para o ano. Eu sou solteira, e então?!... Todos me respeitaram, sem pressões, sem me perguntar porquê ou por que razão não arranjei ninguém. Cada um deu de si à conversa com uma naturalidade fantástica. Quando falo com as/os minhas/meus amigas/amigos solteiras/solteiros, eu sei que nos entendemos. Não deixo de viver ou de ter histórias para contar. Como disse há dias a um deles "eu moro sozinha, mas tenho uma vida"! Nenhum de nós planeou uma coisa ou outra. Impossível! Cada um viveu consoante o que lhe foi apresentado e lutou o bastante para que as relações funcionassem. Porém, não estamos para estar juntos só por estar. Bem sei que "está na moda" casar/juntar e que os amigos da minha idade o têm feito, mas sinto que tenho um longo percurso pela frente. Então, quando estou com pessoas como aquelas com quem estive hoje, consolido as minhas certezas e que consigo ser feliz assim. Sim, carago, eu sou feliz. 
:)

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Descontracção

Imagem de Eli

Mesmo que a minha cara tenha estado descontraída, assim que me sento para escrever, os meus pensamentos recorrem àquelas imagens tão únicas, tão minhas, tão... parte de um passado que não volta. O lamento não vale a pena, os troncos das árvores apenas envelhecem, parte por parte, castanho por verde e amarelo a imitar azul... Nas festas e jantares, um novo brilho se abre à humildade e ao amor... um pedaço de mim escreve automaticamente e as letras fogem ao ritmo da música que não, não me traz poemas. A poesia magoa-me. A ausência de palavras também. Necessito disto. Numa perspectiva quase animalesca, sobrevivo graças a isto. Clico em ti e não me trazes nada de novo. Esqueço. Horas e horas a esquecer. Olho através dos vidros do carro. Aumento o volume de uma guitarra tão sonhadora quanto a minha alma me permite. Não desisti. Eliminei-te. Não fazes parte, jamais. A mentira dá sempre lugar a uma outra vontade. Qualquer, sim, mas outra!

:)

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Explicação

Imagem daqui

Não, não caso. Pensei eu naquele dia com todas as forças. E lembrei-me sempre daquela certeza que só eu sei quanto vale.

Ai e tal... não podes ser tão radical, diriam-me uns tantos sábios com quem me cruzo, mas fez tanto sentido aquela decisão, que se alguma vez a explicar em voz alta, compreenderão.

Se quero tanto que me entendam, por que não explico?!

Hoje, os meus alunos mostraram-me mais uma vez que eu tenho a capacidade de lhes esclarecer todas as dúvidas como se de magia se tratasse. Se tenho este jeito, poderia usá-lo sempre.

Mas, não. Eu preciso de me fechar tants vezes quantas as que me fizer sentir confortável.

Eli